Crueldade

Empresário que estuprou e sugeriu furar barriga da esposa grávida é preso, mas continua com as ameaças dentro da cadeia

O empresário Ricardo Penna Guerreiro, de 46 anos, está preso por estuprar, torturar e ameaçar de morte a ex-esposa, Juliana Rizzo, de 34 anos. A mulher sofreu por muito tempo até conseguir se livrar do homem.

Foto: Internet

O empresário Ricardo Penna Guerreiro, de 46 anos, está preso por estuprar, torturar e ameaçar de morte a ex-esposa, Juliana Rizzo, de 34 anos. A mulher sofreu por muito tempo até conseguir se livrar do homem.

Juliana era frequentemente estuprada por Ricardo enquanto dormia por conta dos efeitos dos remédios antidepressivos. A situação era pior quando ela tentava reagir e evitar o estupro, pois o homem aumentava o grau de violência.

A vítima chegou a divulgar na internet imagens que comprovam os estupros, gravadas por câmeras de segurança instaladas pelo próprio Ricardo na residência. O filho do casal também era espancado rotineiramente.

Segundo a Polícia Civil, a investigação juntou diversas provas do crime e, diante do material, o Poder Judiciário decretou a prisão temporária de Ricardo, que foi encontrado no apartamento em que mora em Praia Grande (SP).

“Ele [Ricardo] me colocou no fundo do poço. Abusou de mim de todas as formas, com requintes de crueldade. Hoje eu e meu filho estamos nos curando! Que isso sirva de alerta para outras mulheres”, desabafou Juliana.

As agressões físicas tiveram início durante a gestação, logo no terceiro mês. Ela revelou que naquele mesmo período começaram as ameaças de morte contra ela o bebê.

“Estava grávida de três meses e no dia do meu aniversário ele me agrediu. A gente saiu para comemorar e ele achou que eu estava rindo de uma piada que os amigos dele fizeram, mas eu nem tinha escutado. Ele me espancou de um quarto para o outro porque achou que eu estava rindo de uma piada”.

Depois disso, a vítima disse ter saído de casa, mas retornou sob a promessa de que não seria mais agredida. As humilhações, no entanto, continuaram. O casamento estava ‘ladeira abaixo’ e piorou quando o filho nasceu. Ela disse ter sofrido depressão pós-parto, que foi agravada pela morte da mãe em 2021.

A vítima contou ter tentado se separar diante das agressões físicas contra ela e o filho. A mulher até chegou a fugir para o interior, mas Ricardo descobriu e foi atrás dela,

Durante o casamento, Juliana diz que o marido proibia ela de trabalhar e chegou a estuprá-la algumas vezes quando ela estava sob medicação psiquiátrica. “Uma vez eu disse que queria fazer concurso para a Polícia Federal e ele me disse; ‘Você não vai. Você não vai ter arma porque você é louca’”.

Com depressão, ela resolveu buscar ajuda psiquiátrica. “Estava com depressão pós-parto, em um casamento horrível e a minha mãe estava com um câncer terminal, que ninguém sabia identificar onde era o tumor. Eu não denunciei porque fiquei com medo de ele me matar. Passei a ter crises de ansiedade. Comecei a tomar a medicação e tinha alguns efeitos colaterais, então comecei a me medicar à noite, numa tentativa de dormir pesado.”

Foi durante essa época que a mulher diz que Ricardo começou a violentá-la. “Eu nunca deixei de comparecer como esposa, mesmo brigados, eu sempre acreditava na família, achava que com o tempo ia melhorar, sempre fazia de tudo para estar tudo bem. Mas, por prazer, ele começou a me estuprar”, disse ela.

Segundo Juliana, Ricardo acordava-a no meio da noite, depois de que ela havia ingerido os remédios. “Eu tentava impedir, mas ele não parava. Foram diversas vezes. Alguns dias acordei sangrando, porque ele me machucou. Se eu tinha noção do que estava acontecendo? Algumas vezes, sim, outras nem tanto, mas eu realmente não tinha forças para uma luta corporal.”

As cenas foram gravadas por uma câmera de segurança que o próprio ex-marido de Juliana instalou na casa. Nas imagens, é possível observar que ela estava dormindo quando Ricardo se aproxima e começa a puxar o corpo dela à força. “Quando eu olhava essas imagens, eu me dava conta do que estava acontecendo e salvava isso para servir de prova. Foi tudo muito violento.”

Juliana afirma que a decisão de falar sobre o caso é uma forma de pressionar a Justiça e garantir proteção para ela e os filhos. “Me expor dessa forma é algo muito duro. Reviver tudo isso mexeu demais comigo. Eu fiz isso porque ele já foi preso outras vezes, por outro crime, mas acabou saindo. Ele sempre ria disso, acreditando na impunidade. Eu tenho muito medo mesmo com ele preso, não me sinto segura”, diz ela.

Na última segunda-feira (6), Juliana relatou que continua sofrendo ameaçadas por parte de Ricardo, mesmo ele estando preso. “A atual namorada dele está tendo livre acesso à cadeia para visitá-lo e fez anotações em algum caderno com nome de pessoas que deveria procurar para atentar contra a minha vida. Ela estaria tentando contato com pessoas da facção criminosa”, disse.

A vítima ainda admite ter ficado “muito preocupada” e abalada com as ameaças que tem recebido, mas que já registrou um boletim de ocorrências e que vai tomar as providências necessárias. “Estão namorando há dois meses e ela não sabe [ainda] muito bem quem é ele”, aponta.

Em 2000, Ricardo já havia sido condenado por tentativa de homicídio contra seis pessoas. Ele estava num bar quando se desentendeu com um grupo e atirou contra todos eles.

Fonte: Pragmatismo Político
Créditos: Polêmica Paaíba