O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, negou ter apoiado os atos em Brasília de 8 de janeiro e minimizou uma entrevista dada ao jornal O Globo sobre a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. As declarações foram dadas em depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (2).
Ao jornal, Costa Neto afirmou que ‘todo mundo’ do governo Jair Bolsonaro (PL) recebeu a minuta que decretava estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No depoimento, o presidente do PL recuou e disse ter usado uma ‘metáfora’ na entrevista.
Ele confirmou ter recebido ‘duas ou três propostas’ nesse mesmo teor, mas que tomou cuidado para triturar os documentos para evitar sua ligação para um possível golpe. Valdemar Costa Neto ainda negou ter comentado a entrega do documento com Bolsonaro e seus pares.
Valdemar Costa Neto negou saber quem eram os autores do documento e não tem ideia das circunstâncias da proposta. Ele disse ainda não ter cópia das minutas, mas confirmou que os teores eram diferentes.
Questionado sobre sua relação com Anderson Torres, Costa Neto disse não ter tido contado com o ex-ministro. Segundo o chefe do PL, apenas uma reunião entre ele e Torres foi realizada durante a gestão do ex-ministro na pasta da Justiça.
Ataques às urnas
À PF, Costa Neto admitiu ter contratado uma empresa para fiscalizar a eleição, mas negou ter duvidado do processo eleitoral e ressaltou nunca ter tido problemas com as urnas eletrônicas. Afirmou ter tido conhecimento de que Bolsonaro estava perdendo em 60% das urnas, pois estavam velhas e por isso acionou o TSE sobre o caso. Após não ter tido provas concretas, deu o assunto por encerrado.
O presidente do PL também foi questionado pelos investigadores sobre os pedidos de análise das urnas ao TSE e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Costa Neto disse ter pedido providências aos tribunais sobre a numeração das urnas antigas e uma verificação extraordinária nos equipamentos.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: IG