Ao menos 28 pessoas morreram e mais de 150 pessoas ficaram feridas nesta segunda-feira após uma explosão em uma mesquita no quartel-general da polícia na cidade paquistanesa de Peshawar.
O incidente, segundo fontes da agência de notícias France Press, ocorreu durante as orações da tarde na cidade, que fica perto da fronteira com o Afeganistão. Parte do teto da mesquita e de seus muros ficaram destruídas, e sobreviventes feridos foram resgatados dos escombros.
— Estou aqui na cena dos fatos, e as atividades de resgate estão em curso — disse o vice-comissário da cidade, Shafiullah Khan. — Mais corpos estão sendo retirados. Neste momento, nossa prioridade é salvar quem está soterrado.a
Um jornalista na cena do incidente viu as equipes de resgate transportarem dois corpos sem vida em uma ambulância.
Em março de 2022, um ataque suicida em Peshawar foi reivindicado pelo Estado Islâmico do Khorasan, ou Isis-K, na sigla em inglês, deixando 64 mortos, o mais letal em solo paquistanês desde 2018. O grupo não assumiu a autoria do incidente mais recente.
O Isis-K surgiu em 2014, durante os 20 anos de invasão dos Estados Unidos e de seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que começou nas semanas seguintes aos ataques de 11 de Setembro de 2001 nos EUA.
Washington acusava o Talibã, à época à frente de Cabul, de abrigar Osama bin Laden, o chefe da al-Qaeda e cérebro por trás dos maiores atentados terroristas da História americana. Ele, contudo, só seria preso dez anos depois, em maio de 2011, em Abbottabad, no Paquistão, a cerca de 200 km de Peshawar.
A invasão chegou ao fim com uma retirada caótica em agosto de 2021 que coincidiu com o retorno do Talibã ao poder após uma ofensiva relâmpago, piorando a drástica situação humanitária e econômica deixada pelas duas décadas de ocupação. O Isis-K, contudo, também é inimigo dos talibãs, e faz com frequência ataques terroristas em território afegão.
O Paquistão também enfrenta uma deterioração da situação de segurança desde a mudança no país vizinho. Após vários anos de calma relativa, o país voltou a ver ataques frequentes do ramo paquistanês dos talibãs, o Tehreek-e-Talibã Paquistão (TTP), do Isis-K e de grupos separatistas do Baluquistão, região no Planalto Iraniano que compreende partes do Irã, do Afeganistão e do Paquistão.
A relação do Paquistão com Cabul é marcada por demandas para que o Talibã e grupos adjacentes parem de usar seu território para planejar ataques. As autoridades talibãs, contudo, negam que isso ocorra.
Fonte: IG
Créditos: IG