Do Professor Barreto

Estou fora definitivamente dos embates e da conjuntura da política. Tentei nos idos de 2006, e até recentemente, alertar os nossos concidadãos dos riscos potenciais e efetivos das condutas de RC e dos carneirinhos de presépio.

Fiz uma caminhada solitária em 2008 e à época prevaleceu o mais completo descrédito sobre o que dizia. Fui adjetivado solerte e agressivamente por estar possuído de desejos contrariados. Fui até instado por Nonato Bandeira (por mail) em silenciar, em me subordinar, e “respeitar”, as mais íntimas confidências de problemas internos do Poder em nome de uma lealdade subalterna.

Não aceitei nem aceito delinquir sob o manto de uma perversa cumplicidade. Paguei um elevado preço pelo meu espírito carbonário, e assim sempre será. Todos, sem exceção, que tinham proximidades diletas com RC, sabem o que foram os porões da PMJP de 2005 a 2012 e agora no Governo do Estado.

Tomo a liberdade de lhe (re)enviar os escritos que lavrei em Outubro de 2006, se já não o fiz. Foi meu primeiro e último ato insurrecto contra RC. Diante do meu libelo, e que deixou a RC apoplético, dirigi-me à porta de saída, caminhei aliviado e tranquilo.

Fui o primeiro a revelar publicamente a face obscura da “malta de escopeteiros” que agia na PMJP.

Hoje, distante de tudo que está aí, apenas, e suficientemente, recolho com alegria o reconhecimento do homem comum ao admitir de que eu estava certo. Hoje, mais do que nunca, inspiro-me na lucidez poética de Chico Buarque…

Já conheço os passos dessa estrada,

sei que não vai dar em nada,
seus segredos sei de cor.
Já conheço as pedras do caminho
e sei também que ali sozinho
eu vou ficar tanto pior…

Hoje me basta, apenas, ser um caminhante de olhos abertos e nada mais. Sou feliz, Rubens. Fiz como as garças. Atravessei o pântano sem “sujar as penas”.

Reverencio a sua conduta cidadã enquanto profissional ético e correto em defesa da res publica. Vejo-lhe como alter ego de muita gente. Continue assim.

Abraço, Francisco Barreto.

Alerta contra corrupção

Na carta enviada a Ricardo Coutinho em 12 de outubro de 2006, entre outras advertências ao então prefeito da Capital o Professor Barreto fez uma que me chamou mais a atenção. Vejam só o que ele escreveu :

– Não deve haver contemplação com atos que derivem de práticas nocivas ao interesse público (…) A corrupção está à espreita no seu Governo. Existem sinais claros de que em alguns setores começam a derrapar para o desvio de recursos públicos. Merecem atenção a Emlur e a Seplan.

De um empresário

Prezado Rubens, o Governo do Estado reajustou a pauta fiscal que serve de referência para cobrança de imposto em índices absurdos. A maioria dos contribuintes ainda não sabe, porque somente recebe a fatura a pagar no mês seguinte, a não ser que tenha algum tipo de problema (bloqueio) e aí paga logo na entrada da mercadoria na fronteira quando adquire algo fora do Estado.

Os índices foram alarmantes, especialmente no que tange à madeira. Há reajustes de mais de 400%. Apesar de a pauta anterior ser de 2009, o aumento não se justifica (falo como contribuinte!). Foi publicado no Diário Oficial do dia 13 de março. Para se ter um ideia, a madeira Goiabão, que custava R$ 380 o m3, subiu para R$ 2.000, ou seja, um ‘pequeno incremento’ de 426,32%! Maçaranduba, de R$ 570 passou para R$ 3.200 (‘reajustezinho básico’ de 461,40%). A tonelada de Mica Bruta, de R$ 28,75 para R$ 550,00 (reajustezinho de 1.813,04%).

Por favor, consulte as tabelas que lhe enviei para ver se eu não estou equivocado. A coisa é tão absurda que fico na dúvida. Agora, de uma coisa tenho certeza. Quem vai pagar esta conta somos nós, consumidores. E, o pior, tem comerciante vendendo produto sem saber que o mesmo está muito mais caro. Enquanto isso, o governo inaugura passarela e gramado de estádio de futebol! Êta governo republicano este!

Pauta corrigida

Encaminhei a denúncia acima ao governador Ricardo Coutinho na terça-feira (2). Sei que nada tem a ver, mas ontem a Secretaria Estadual da Receita publicou no Diário Oficial nova tabela para o imposto cobrado ao pessoal que comercializa madeira. Percentuais abusivos foram reduzidos, alguns significativamente, quando comparados àqueles que constavam da pauta publicada em 13 de março último.