ASSÉDIO

Bolsonaro teve mais voto em cidade do MS onde foi flagrada suposta compra de votos

(Foto: Alan Santos/Reprodução)

A cidade de Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul, local onde os repórteres Caco Barcellos e Chico Bahia, da TV Globo, flagraram uma reunião de suposta compra de votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL), foi favorável ao presidente.

De acordo com informações registradas no Tribunal Superior Eleitoral, no segundo turno Bolsonaro teve 52,55% dos votos válidos na cidade, o que corresponde a 4.530 votos. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 47,45% dos votos válidos, o que equivale a 4.090 votos.

No primeiro turno os dois candidatos ficaram empatados na cidade: 47,97% dos votos válidos para ambos, ou seja 4.254 votos.

Suposta compra de votos
Imagens apresentadas no programa Profissão Repórter, na última terça-feira, (1), mostram uma suposta reunião para compra de votos pró-Bolsonaro. A reportagem tinha o intuito de fazer um perfil dos eleitores da cidade, já que os candidatos ficaram empatados.

Ao notarem uma movimentação em frente ao centro cultural da cidade, os repórteres foram investigar o que acontecia no local. Chegando lá, beneficiários do Auxílio Brasil se concentravam em reunião que, segundo uma assessora, tinha o intuito de “demonstrar o que o presidente e o governador” estavam “fazendo pelas pessoas”.

Os nomes dos cidadãos eram anotados e, ao serem questionados pelos repórteres o por que da reunião e por que dos nomes, nenhum dos envolvidos no evento quis responder.

Uma moradora do local revelou aos jornalistas que os encontros estavam acontecendo há três dias e que elas não aconteciam antes das eleições. Ela ainda diz que ao final de cada reunião, o prefeito da cidade entregava R$ 50 para cada participante.

Em um outro relato, uma moradora afirma que na reunião falavam que era necessário “votar 22” – número de Jair Bolsonaro nas urnas – caso contrário, a cidade não receberia mais verbas.

“Teria que votar no 22, porque senão, no caso, não teria mais verba para vir para cá. Pararia com tudo, pararia de fazer asfalto, as escolas. Você chega lá, se você está precisando, vamos supor, você precisa para sobreviver o auxílio e o vale renda, você muda o seu voto na hora com medo de perder o benefício. Pediram para colocar o nome, colocar o documento, o número de celular”, disse uma moradora que participou da reunião.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Correio Braziliense