Um homem foi preso em flagrante, nesta quarta-feira (26), por manter sua mulher, de 35 anos, em cárcere privado por pelo menos 15 anos em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Reginaldo da Silva, de 54 anos, mantinha sua mulher, que tem transtorno mental, trancada em casa e já havia sido apontado como suspeito de abusar sexualmente de sua filha, o que fez com que perdesse a guarda da menina.
De acordo com a delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Iguaçu, Mônica Areal, o homem tem seis filhos, sendo dois com a vítima, mas não viviam com eles. “Ele [Reginaldo] foi acusado de abuso sexual contra a filha de 15 anos e perdeu a guarda. São seis filhos [dele] e não tem nenhum morando com eles. Já tem registro sobre o caso”, explicou a delegada.
Os dois moravam em uma residência na rua Santa Clara, no bairro São Francisco. Os agentes chegaram até o local após uma psicóloga do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) de Valverde, no mesmo município, realizar uma denúncia ao desconfiar que a mulher estava sendo mantida presa em casa.
Ao chegarem no endereço, os policiais perceberam que havia uma senhora deitada na cama em um quarto no interior do imóvel. Após chamarem insistentemente, ela acordou, mas parecia dopada. Um dos policiais perguntou se ela poderia vir até o quintal e a mulher negou, informando que havia sido trancada pelo seu companheiro.
Um pouco depois, Reginaldo chegou na residência e foi abordado pelos agentes. Na casa, foi encontrando um fio, que tinha como função impedir que a porta do quarto onde a vítima dormia fosse aberta pelo lado de dentro. Além disso, foram encontrados frascos de remédios sem identificação.
Reginaldo ainda tentou convencer os policiais de que não trancava a mulher dentro do quarto, alegando que só a prendeu uma vez por conta da agitação da vítima, mas, durante uma conversa com os agentes, ela assumiu que era mantida no cômodo e que ainda não havia comido naquele dia.
O casal vivia em um ambiente com condições precárias. O quarto onde a vítima era trancada tinha as paredes muito sujas e contava apenas com uma cama, com lençóis e travesseiros. Em um vídeo, a mulher aparece saindo da residência, aparentemente dopada, e senta em uma cadeira no quintal, onde começa a conversar com os policiais, gesticulando com as mãos e com o olhar fixo no chão.
Em depoimento, o homem alegou ser casado com a vítima há 17 anos e disse ter duas filhas com ela. Segundo a delegada, além de manter em cárcere privado, Reginaldo também pegava a pensão recebida pela vítima e não repassava o dinheiro.
“Ele pegava a pensão. Eu não sei se ele tinha algum tipo de procuração, nós vamos investigar. Porque ele, na verdade, era o gestor. Mas o dinheiro não era utilizado para o bem da vítima ou chegava perto dela. As fotos mostram o estado que ela vivia, tudo imundo, tudo quebrado, o vaso sujo, sem papel higiênico. O dinheiro, para ela, não chegava, tinha remédios sem rótulos, sem receita”, destacou.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Meia Hora