O crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil, com juros de até 3,5% ao mês em, no máximo, 24 parcelas, foi liberado com “muita consciência” e não tem a intenção de agravar a situação financeira das famílias mais pobres, segundo Daniella Marques, presidente da Caixa, um dos bancos que oferecem a linha de crédito.
“A gente não quer estimular o endividamento de famílias vulneráveis, mas 70% dessas pessoas são informais ou autônomas e precisam do dinheiro para comprar mercadorias, adquirir uma bicicleta para realizar entregas, investir no negócio ou pagar uma dívida mais cara”, explicou Daniella nesta quinta-feira (20), em passagem pela sede da Record TV.
A avaliação da Caixa surgiu depois que o Ministério Público pediu a suspensão da concessão do crédito consignado do Auxílio Brasil. A medida cautelar, assinada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, vê um possível “desvio de finalidade” com a liberação e defende a necessidade de “salvaguardar os interesses do banco e, por consequência, o interesse público”.
Ao defender a linha de crédito, Daniella ressaltou que, normalmente, os endividados pagam juros superiores aos oferecidos pela linha de crédito atrelada ao benefício social. É o caso do cartão de crédito e do cheque especial, que têm taxas médias de, respectivamente, 14,36% e 8,12%, segundo a Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças).
Os juros mais baixos levam em conta o desconto direto da folha de pagamento do programa, o que facilita a liquidação dos valores. No entanto, especialistas em educação financeira defendem o uso do consignado apenas para empreender ou para trocar uma dívida mais cara, conforme citado por Daniella.
Fonte: Notícias ao Minuto
Créditos: Notícias ao Minuto