O pastor André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha (MG), admitiu nesta quinta-feira (20), em postagem no Instagram, que não recebeu intimação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para se retratar de acusações feitas ao presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na noite de ontem, o pastor bolsonarista retificou a informação, dizendo que recebeu citação do TSE para que se manifestasse sobre ação da campanha de Lula que o acusa de ter divulgado fake news contra o petista e resolveu se antecipar a uma decisão judicial.
“A fim de que o pedido perdesse o objeto, para que não houvesse invasão ao meu perfil, sob um manto de um pseudo direito de resposta, gravei um vídeo em sentido contrário ao inicialmente feito”, explicou o pastor no Instagram, na mesma postagem em que publicou foto do documento de citação.
No vídeo, Valadão fala de maneira teatral e com um fundo preto, em uma evidente postura vitimista e tentando passar a impressão de que estaria sendo censurado pela Justiça Eleitoral.
“Dias atrás eu recebi em minha residência uma intimação do TSE através do senhor Alexandre de Morais (sic) e eu venho me declarar a partir dessa intimação, dizendo que o Lula não é a favor do aborto, Lula não é a favor da descriminalização das drogas, Lula não é a favor de liberar pequenos furtos. ‘Os trombadinhas entrarão na sua casa, roubarão sua TV, roubarão seu celular, você correrá risco de vida e nada acontecerá com eles’. Lula não é a favor, literalmente, de colocar uma regulação na mídia, onde você vai perder o poder de expressar sua opinião, expressar o seu culto. É isso. Deus abençoe o Brasil”, afirma.
À Fórum, a assessoria de imprensa do tribunal esclareceu que há de fato um processo de direito de resposta movido pela coligação do petista contra o pastor em trâmite, mas ainda não foi proferida qualquer sentença e não há nenhuma intimação no sentido do pastor fazer a retratação.
Segundo o TSE, Valadão foi intimado no dia 6 de outubro apenas para ter ciência do processo e apresentar sua defesa. Isso ainda não aconteceu e, somente após apresentadas suas alegações, o caso vai para julgamento do ministro Alexandre de Moraes, que pode ou não obrigá-lo a se retratar, além de tomar outras medidas.
“O último andamento foi em 19 de outubro com envio dos autos para que o Ministério Público Eleitoral se manifeste em um dia, nos termos do § 1º do art. 33 da Resolução-TSE nº 23.608/2019”, diz ainda o tribunal.
*Com informações da Revista Fórum
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba