Opinião

Vantagem Precária - Por Júnior Gurgel

O Instituto Veritá trouxe números da primeira amostragem realizada com vistas ao resultado do segundo turno, apontando favoritismo inicial de João Azevedo, posicionando-o à frente de Pedro Cunha Lima, com 10% de vantagem. Se todos que votaram no primeiro turno forem novamente às urnas no próximo dia 30/10/2022, este percentual representaria uma maioria de 210 mil votos. Vitória acachapante.

Apesar do segundo turno ser outra eleição, os números não podem se distanciar da realidade das urnas de 02/10/2022. Quem disputou as eleições foi Pedro, Nilvan e Veneziano. João Azevedo, de forma “plebiscitária”, teve sua gestão avaliada pelo eleitor. Recebeu 39,65% de aprovação e 60,35% de reprovação.

Logo após a apuração dos votos João foi a São Paulo, onde se encontrou com Lula, e na foto aparece também Veneziano Vital do Rego. Lula gravou vídeo ao seu lado – sem Veneziano e Ricardo Coutinho – definindo a posição do PT-PB, que doravante daria apoio incondicional ao PSB. Sempre questionamos o motivo desta obsessão de João Azevedo por este apoio de Lula, que se tivesse tamanho poder de influência na eleição paraibana, em seu lugar estariam Veneziano e Ricardo Coutinho (PT/MDB), Lulistas puro sangue. Mas, quem chegou ao Senado foi Efraim e Veneziano ocupou a quarta posição.

O encontro de São Paulo deixou claro – num primeiro momento – que João Azevedo venceria o pleito por antecipação. Conquistou 39,65 + 17,16 de Veneziano (chapa MDB/PT) totalizaria 56,81%. Juntando-se Pedro (23,90) e Nilvan (18,68) alcançariam 42,58%, diferença estabelecida de 14.23%. Mas, o inexplicável aconteceu. Veneziano declarou apoio a Pedro, e partiu para elevar o tucano a um nível de disputa com possibilidades de vitória.

Após quatorze dias de campanha, restando apenas onze para o fatídico dia do tira-teima, os cálculos mudaram seu perfil e ganharam novo formato interpretativo. Nas hostes tucanas/emedebistas, também Lulista e Bolsonarista, fala-se em números e não mais em índices ou percentuais. A adesão de Sérgio Queiroz – campeão de votos para o Senado em João Pessoa com 106.885 sufrágios – e sua tarefa de transferir seus votos para Pedro Cunha Lima, vem surtindo efeitos. Pedro já está à frente de João Azevedo na Capital, movimento que ganha força e se expande perigosamente por toda Região Metropolitana.

Os pragmáticos tucanos admitem uma vitória de João Azevedo no Sertão, Cariri e Curimataú com maioria de 150 mil votos. A luta em Campina Grande é por uma vantagem que atinja 100 mil, e na grande João Pessoa – Região Metropolitana – 120 mil votos. Com Brejo Paraibano dividido e equilibrado, os tucanos sonham com uma vitória em torno de 40 mil votos de maioria. Isto sem apostarem na abstenção, que é desfavorável a João. Seus prefeitos têm que botar o povo para votar, evitando o “fenômeno Maranhão” (2010) quando Ricardo Coutinho chegou ao segundo turno graças à gigante abstenção.

Cícero Lucena esgotou seu limite no primeiro turno e conseguiu seu principal objetivo, que era eleger seu filho deputado federal. Não tem mais “munição” para outro combate, deixando João Azevedo com sua retaguarda vulnerável. A única alternativa para “estancar” o avanço de Pedro é trazer Ricardo Coutinho com seu exército. Este reforço atenuaria até os efeitos de um possível “elemento surpresa”, que seria o apoio de Nilvan Ferreira de última hora a Pedro Cunha Lima.

Fonte: Júnior Gurgel
Créditos: Júnior Gurgel