Xenofobia

Bolsonaristas ameaçam nordestinos de morte e pedem separação: "povo nojento e esfomeado"

A população do Nordeste voltou a ser alvo de xenofobia e de ameaças de morte após o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais de 2022. O candidato Lula (PT) venceu em todos os estados do Nordeste e colocou 12,9 milhões de votos de vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) na região.

A população do Nordeste voltou a ser alvo de xenofobia e de ameaças de morte após o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais de 2022. O candidato Lula (PT) venceu em todos os estados do Nordeste e colocou 12,9 milhões de votos de vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) na região.

Nas redes sociais, uma enxurrada de comentários preconceituosos começou a ser compartilhada. A região foi apelidada de “Cuba do Sul” e de “Venezuela 3.0”. Em alguns posts, internautas acusam os nordestinos de não trabalharem.

“Após o resultado de primeiro turno, espero que todos os eleitores de Bolsonaro, assim como eu, quando encontrar alguém passando fome ou pedindo alimento, não ajude e passe com o carro por cima da CABEÇA, pro Brasil não ter mais despesa com esses vermes”, escreveu um influencer bolsonarista.

“Precisamos unir cientistas políticos, economistas, antropólogos e sociólogos, além de psiquiatras, claro, para explicar a Bahia. Quase toda a diferença de votos no país vem dela”, publicou o militante bolsonarista Rodrigo Constantino, da Jovem Pan.

“Obrigado, Nordeste, agora nos próximos 4 anos nós trabalhamos para tentar a economia e o desenvolvimento enquanto vocês dormem e comem acarajé”, esbravejou outro.

“Infelizmente os nordestinos não aprende (sic) mesmo, vai morrer (sic) as secas e as minguas, são inacreditáveis imbecis e o pior leva a gente junto”, disse um homem em um grupo de apoio a Bolsonaro no WhatsApp.

Em alguns comentários, são citados o auxílio emergencial como um dos motivos dos votos no Nordeste. Mas o auxílio emergencial foi aplicado e propagandeado por Bolsonaro, e não por Lula.

A professora de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Viviane Gonçalves, diz que as ofensas a nordestinos durante as eleições também foram comuns em 2014. Segundo ela, esses ataques reforçam o preconceito contra o povo da região sob a ideia de que os habitantes desses estados são “pessoas subalternizadas”.

Nos últimos anos, a Justiça vem condenando por racismo pessoas que proferem ofensas a nordestinos. Em maio deste ano, por exemplo, a Justiça do Distrito Federal manteve uma condenação contra um homem que se referiu ao povo nordestino como “escória do país” e “tudo de ruim”.

Fonte: Pragmatismo Político
Créditos: Polêmica Paraíba