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Campanhas de Lula e Bolsonaro veem abstenção como fator decisivo após Datafolha

As campanhas dos líderes na corrida pelo Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), avaliam que a pesquisa Datafolha desta quinta-feira (29) reforça que o nível de abstenção deve ser fator decisivo para garantir ou não um segundo turno na disputa.

As campanhas dos líderes na corrida pelo Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), avaliam que a pesquisa Datafolha desta quinta-feira (29) reforça que o nível de abstenção deve ser fator decisivo para garantir ou não um segundo turno na disputa.

Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 20% dos eleitores aptos a votar não compareceram às urnas nas eleições de 2018, quando o atual presidente foi eleito. Em 2006, quando Lula foi reeleito, 17% não votaram.

O Datafolha divulgado a três dias do primeiro turno mostra que Lula mantém 50% dos votos válidos e que Bolsonaro oscilou um ponto para cima, chegando a 36%.
O levantamento aponta como real a possibilidade de que Lula vença a eleição ainda no primeiro turno.

O debate que será realizado pela TV Globo nesta quinta também ganha peso com o cenário traçado pela pesquisa, dizem aliados tanto de Lula como de Bolsonaro.

Para integrantes da campanha do chefe do Executivo, se a abstenção for alta, o petista pode sair como maior prejudicado.

O motivo é que a fatia do eleitorado em que a abstenção costuma ser maior é entre eleitores de baixa renda, segmento que apoia majoritariamente Lula.

Por outro lado, aliados de Bolsonaro dizem que é importante trabalhar para que a população mais idosa compareça às urnas no domingo (2). A avaliação de bolsonaristas é que o apoio do mandatário é maior nesse grupo.

Além disso, integrantes da campanha de Bolsonaro continuam com a estratégia de questionar o Datafolha. Segundo eles, levantamentos internos mostram uma margem de liderança menor em favor de Lula.

Diante da proximidade do primeiro turno e pressionado por sondagens eleitorais, Bolsonaro tem intensificado a estratégia apelidada por aliados de “Datapovo”: a de usar imagens de eventos com apoiadores para contestar pesquisas com metodologia científica.

Na noite desta quinta, cerca de uma hora depois de o resultado do Datafolha ter sido divulgado, Bolsonaro voltou a atacar o instituto em sua transmissão semanal nas redes sociais.

“Estamos assistindo, pela primeira vez, se a gente for acreditar no Datafolha, um presidente [Lula] que, segundo o Datafolha de hoje, vai ganhar no primeiro turno sem voto. Se ele tem, segundo o Datafolha, 50% [dos votos válidos]… Ele não consegue sair na rua”, disse.

“Como é que eu, que segundo o Datafolha acho que tenho 30%, 32%, 33% [Bolsonaro aparece com 36% dos votos válidos], eu saio na rua?”, completou o presidente.

Do lado petista, integrantes da campanha de Lula veem estabilidade nos dados da pesquisa em relação ao levantamento anterior e dizem acreditar que ainda não houve a transferência plena de votos úteis que eles esperam.

A expectativa do PT é que o eleitor volátil ou indeciso defina seu voto a partir desta sexta (30), às vésperas da votação e depois do debate da TV Globo.

A pesquisa também consolida a avaliação entre petistas de que Bolsonaro está chegando ao teto das intenções de votos. Por isso, a abstenção na eleição passou a ser vista como um fator ainda mais determinante.

“A pesquisa mantém a tendência de vitória no primeiro turno, então daqui até domingo… Temos o debate hoje à noite e, daqui para sábado (1º) à noite, é decisivo a militância ocupar as ruas, puxar o voto útil e evitar abstenção”, diz o deputado José Guimarães (PT-CE), um dos coordenadores da campanha.

“Estamos fazendo um esforço grande para chamar o povo para votar. Estamos fazendo isso em todos os estados porque quanto menor a abstenção, maior a possibilidade de vitória no primeiro turno”, declara o parlamentar.

O secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, endossa a preocupação com a abstenção e avalia que o debate desta quinta também terá papel importante na atração de votos úteis.

“O debate ajuda muito do ponto de vista para animar a tropa. Vai no sentido para ajudar no primeiro turno”, diz.

Fonte: Notícias ao Minuto
Créditos: Polêmica Paraíba