O ´batismo´ de Pedro

Mais uma

O deputado Anibal Marcolino (PEN) propôs ontem a realização de uma nova sessão especial para debater a greve na UEPB, dessa vez com as presenças do reitor Rangel Júnior e dos secretários de Finanças, Educação e Planejamento do Estado.

Estreia

O deputado Carlos Dunga (PTB) ´debutou´ ontem, no novo mandato, na Assembleia.
E se postou aberto ao entendimento com todas as correntes políticas, especialmente a base governista.

´Bisturi´

O ex-governador José Maranhão, presidente do PMDB/PB, se submeteu ontem a uma cirurgia de catarata.

Descoberta

Foi Ronaldo Cunha Lima, com a sensibilidade de poeta, que há muito anos identificou no neto Pedro – o caçula do filho Cássio – a mais genuína porção de seus dotes de poeta, humanista e – arrisco emendar – político de fácil e natural apelo popular.

Semeadura

Os anos passaram e se sucederam a formação cultural e os renovados estímulos do avô à verve que já florescia na infância.

Tribuna

Quis o destino que fosse na tribuna centenária do Senado Federal, na celebração solene da saudade do poeta – que se vivo estivesse comemoraria 77 anos de vida – a demonstração do neto de que a intuição de Ronaldo não estava equivocada.

Oração 

Sob o manto da saudade, emanou a voz que oferece e assegura sobrevida ao poeta para além da geração filial.

Leia trechos do discurso de Pedro, igualmente brindado com a descendência de outro notável paraibano – Elpídio de Almeida.

Luminar

“Em algum lugar, próprio de sua essência, brilha mais forte hoje a nossa estrela maior. E como sem perder a capacidade de uma vida inteira a nos guiar, o vazio deixado pela saudade é preenchido com luz.

Sua tão especial e presente luz.

Presente

“Mas do que nunca em seu aniversário, com aquilo que Deus permitiu ficar entre nós: a simplicidade de seu sorriso, o carinho de seu olhar. É celebrando que o sentimos por perto. E nada mais vibrante do que tê-lo por perto.

Noutra dimensão

“Do alto, e não poderia ser diferente, a nossa estrela-guia conserva, embora que com novos contornos, a mesma forma que por muito o acompanhou: um repertório imenso de gestos; um cenário repleto de amor.

Íntimo

“Homem da mais destacada presença de espírito, agora em plano distinto, usa tal intimidade para se fazer de espírito presente. Em alguns casos, quase que sempre. Sobrevive em versos, permanece em rimas (…) Meu amado pai Cássio é a chama viva de Ronaldo na política.

Fonte de inspiração

“Nossa eterna inspiração, agora de endereço incerto, decerto no infinito, ressurge com a certeza das multidões que guardaram parcela do seu amor. Afinal, para Ronaldo, com toda a sua espontaneidade emocional e humanista, qualquer ser humano, ao mesmo tempo, era um só e multidão.

“Não se foi”

“O poeta viveu na individualidade das multidões. E viveu com tamanha intensidade, em processo tão dedicado à doação, que em determinado momento o limitado corpo se entregou às passadas da irrequieta mente. Após o longo período percorrido, cheio de gloria e conquista, chegara a hora do descanso, do repouso das incansáveis lutas. Sereno, o poeta subiu. E se foi como se ainda querendo dar algo mais. E se foi como se ainda tendo. E não se foi.

Ocaso

“Na falta que impõe a vida, no partir para a eternidade, Ronaldo em sua lida é presença na saudade. Na despedida, houve quem tenha conseguido dizer adeus. Houve quem tenha acompanhado o seu partir. Houve a recusa de quem não quis nem ir. E quem sozinho, em casa, rogou a Deus.

O que fica

“Termino na abrangência do poetinha em suas sempre lindas palavras do que vai ficar: ´Não importa que da despedida não fique nada. Bastam as outras coisas que já vão ficar. Do muito que nos vimos, pelo menos um olhar há de ficar. De tudo o que dissemos, pelo menos uma palavra vai ficar. Do quanto nós fizemos, pelo menos um gesto vai ficar. E do tanto que nos amamos, pelo menos um pouco de amor há de ficar. E pelo que vimos, pelo que dissemos, pelo que fizemos e pelo que amamos, pelo menos em lembrança, um no outro, vai ficar´.”

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