A Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) está sendo acusada de perseguir fiéis, presbíteros e pastores que se opõem aos preceitos da extrema-direita e criticam o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o Yahoo, embora a denominação tenha reduzido o tom contra a esquerda em documento recente, a ala conservadora da igreja ganhou força e já existem casos de pressão velada, e até mesmo de condenação de membros que não compactuam com posturas fundamentalistas.
Diante disso, alguns discípulos com inclinação progressista se organizam em movimentos de resistência.
No dia 29 de julho, o Supremo Concílio da igreja reuniu-se para definir os rumos dos próximos quatro anos de seus presbíteros.
Contrariando as expectativas, o órgão rejeitou uma proposta mais conservadora, que previa punições a membros de esquerda ou progressistas, mas manteve a condenação ao “comunismo ateu e materialista”.
Um dia depois, o Supremo Concílio, durante a madrugada, aprovou um relatório que exclui as mulheres de atividades da igreja.
São três decisões de retrocesso, segundo os documentos
A primeira é a não aprovação da ordenação das mulheres para o diaconato, algo pleiteado há tempos; a segunda, a proibição de servirem a comunhão aos fiéis, prática bastante disseminada; por fim, o veto da pregação no púlpito das igrejas, papel que sempre exerceram.
Elda Bussinguer, doutora em Bioética que nasceu na igreja e ocupou vários cargos ao longo dos seus 64 anos, considera a decisão “machista, patriarcal e desrespeitosa”.
Ela foi condenada pelo órgão máximo de decisão da igreja depois de um longo julgamento e tachada de “feminista, abortista, marxista e comunista”.
Um presbítero de Minas Gerais, que pediu anonimato por receio de retaliação, conta que, ainda em 2014, durante a eleição presidencial, recebeu uma carta de outro pedindo que repensasse suas leituras.
Em 2018, o assédio piorou. Um pastor o chamou para perguntar quem era o candidato mais alinhado com a Bíblia. Como não ouviu a resposta que gostaria, o proibiu de subir ao púlpito.
Devido a ascensão no bolsonarismo, integrantes mais progressistas estão se organizando em grupos de resistência.
No final de julho deste ano, um grupo de mulheres da IPB se reuniu virtualmente para discutir uma possível reação à decisão do Supremo Concílio que restringe seus direitos.
Fonte: O Fuxico Gospel
Créditos: Polêmica Paraíba