O ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu que o atual chefe do Executivo federal, Jair Bolsonaro (PL), é uma “cópia malfeita” do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em coletiva com a imprensa internacional, nesta segunda-feira (22/8), o petista afirmou que o Brasil vive uma situação “anômala” para um país democrático.
“O único que tem blefado, que tem [divulgado] fake news, que tem desafiado as instituições é ele. Ele é uma cópia malfeita do Trump. O Trump também tentou evitar aceitar o resultado, e teve que ceder. Eu tenho certeza que, aqui no Brasil, o resultado eleitoral será acatado plenamente. É dado a quem perde o direito de lamentar, mas paciência, isso faz parte do jogo”, pontuou.
Questionado por jornalistas sobre os recentes discursos do principal opositor nas Eleições 2022, Lula teceu críticas sobre as tentativas de Bolsonaro de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro, realizado a partir das urnas eletrônicas.
“Ele fica desrespeitando a urna eletrônica, sendo que já foi eleito mais de oito vezes pela urna e nunca questionou. Quem deveria questionar era o PT, porque a última eleição foi baseada na maior intromissão das fake news que já vimos na história do país. A gente não tinha isso na política brasileira e de repente ele trouxe a experiência do Trump para o Brasil e ganhou as eleições. Ainda assim, ele resolve criticar o sistema eleitoral e a urna que deu vitória a ele”, completou.
Ainda sobre o tema, o candidato à Presidência reforçou a importância de eventos recentes: a leitura da Carta em Defesa da Democracia, em São Paulo, e a cerimônia de posse do atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
“Aconteceu uma coisa muito importante: a posse do presidente do TSE. Uma força muito viva de que o povo está cansado de autoritarismo, o povo quer democracia de verdade, quer democracia na urna e no exercício do poder, coisas que nós sabemos fazer muito bem”, frisou.
Lula defendeu que “não vê como seria possível não respeitar o resultado eleitoral”. E ratificou que “os resultados das eleições deste ano serão acatados plenamente”.
Eleitorado evangélico
Perguntado sobre declarações com teor religioso, o petista reforçou que não tem interesse em criar uma “guerra santa”.
“Eu não quero saber se o meu adversário é católico ou evangélico, se ele bebe ou não bebe. A minha divergência com ele é sobre as ideias políticas e pragmáticas dele, o que ele quer para o Brasil e o que eu quero. Esse é o debate. A minha divergência com ele é de ordem política, o restante não me interessa.”
Durante a coletiva, o petista também abordou temas como governança internacional, compromisso com a conservação do meio ambiente e políticas econômicas. “Vocês vão ver o Brasil cuidar da questão do clima como jamais cuidou em outro momento”, disse.
A entrevista foi o primeiro compromisso na agenda do candidato nesta segunda-feira (22/8), em São Paulo. O próximo será o lançamento do livro O Brasil no Mundo: 8 anos de Governo Lula, no Memorial da América Latina, também na capital paulista.
Fonte: Polêmica Paraíba com Metropoles
Créditos: Polêmica paraíba