O ministro Raul Araújo, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), determinou que o Instagram retire da plataforma um vídeo publicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) sobre Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República.
A medida foi requerida nesta sexta-feira (19) e se refere a um vídeo postado pelo parlamentar, que é filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), na segunda-feira (15). Na postagem, aparecem trechos editados de uma palestra feita em 2017 por Ciro Gomes no Brazil Fórum UK, em Oxford, na Inglaterra. Se constatou na tarde deste sábado (20) que a referida publicação já não constava na página do deputado na plataforma. Porém, não se sabe se a medida foi tomada pela plataforma ou pela equipe de Eduardo.
O PDT recorreu ao TSE, e o ministro Araújo entendeu que o vídeo foi manipulado e buscou desinformar os eleitores. O magistrado concluiu que a postagem apresentou de forma descontextualizada e editada um material cujo objetivo era dizer que Ciro Gomes prega a desarmonia entre as religiões.
“O vídeo, de fato, apresenta conteúdo produzido para desinformar, pois a mensagem transmitida com a publicação está totalmente desconectada dos contextos fáticos em que se apresentava o candidato do PDT, Ciro Gomes. Os recortes são manipulados com o objetivo de prejudicar a imagem do candidato, emprestando o sentido de que ele seria contrário à fé católica e odioso aos cristãos”, registrou o ministro na decisão.
No entendimento do ministro do TSE, o vídeo publicado por Eduardo Bolsonaro apresenta falas descontextualizadas de Ciro Gomes.
“A postagem impugnada [de Eduardo Bolsonaro] induz à desinformação, por meio da descontextualização de falas, objetivando construir posicionamentos contraditórios do candidato do PDT em relação à religião, e, além disso, o explícito sugestionamento de conclusões inverídicas a serem extraídas das imagens e textos divulgados no vídeo”, escreveu Araújo.
Para o ministro, a “edição toda descontextualizada do vídeo” repercute negativamente no cenário eleitoral, o que é, conforme Araújo, “objeto de preocupação” da Justiça Eleitoral.
“A proteção ao direito da veracidade da informação e da honra dos atores do processo eleitoral é uma diretriz para que a Justiça Eleitoral exerça seu papel de reguladora pontual do certame”, concluiu o ministro.
Ciro Gomes tem criticado o presidente e dito que ele tem “manipulado” a fé das pessoas. Candidato do PT, o ex-presidente Lula também se mostra irritado com a forma com que Bolsonaro usa da religião para ganhar votos.
Fonte: Yahoo
Créditos: Polêmica Paraíba