O ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deu prazo de dois dias para o PL explicar a origem dos recursos gastos com o impulsionamento de anúncios do presidente Jair Bolsonaro (PL) no YouTube. Nos dias 22 e 23 de julho, que antecederam a convenção que confirmou o chefe do Executivo como candidato à reeleição, o partido gastou R$ 742 mil para promover 15 peças publicitárias contendo o jingle “Capitão do Povo” na plataforma.
O assunto chegou à Corte Eleitoral por meio de representação protocolada pela federação “Brasil da Esperança”, formada por PT, PCdoB e PV. O documento aponta que o Partido Liberal gastou, em dois dias, 143% a mais do que foi gasto por todos os demais partidos que formam as maiores bancadas na Câmara dos Deputados em oito meses. Como punição, a federação pede que a legenda pague multa de R$ 1,48 milhão.
Os valores e o número de visualizações são variados, assim como os Estados aos quais cada vídeo se destina. Há um anúncio de 6 segundos, por exemplo, que foi segmentado para alcançar os quatro Estados do Sudeste, teve mais de 10 milhões de visualizações e custou entre R$ 80 mil e R$ 90 mil, segundo a plataforma.
Uma resolução de 2019 do TSE determina que, embora seja proibida a divulgação de propaganda paga na internet, é permitido o impulsionamento de conteúdo. Contudo, o texto faz uma ponderação sobre “moderação de gastos”, sem dar mais detalhes. Segundo a representação do PT, PCdoB e PV, a prática do PL fere essa premissa.
A representação enviada ao TSE mostra que, enquanto o PL gastou R$ 742 mil em dois dias com 15 anúncios, o PSDB gastou R$ 242 mil em oito meses com 27 peças, por exemplo; o União Brasil, R$ 109 mil com 11 anúncios em oito meses.
O documento pedia que a Corte Eleitoral expedisse liminar suspendendo a exibição dos vídeos. Fachin não concedeu. Segundo o ministro, “faz-se imperioso (…) oportunizar a prévia manifestação do representado (o PL), estabelecendo-se o contraditório, inclusive para que seja viabilizada a possibilidade de justificação acerca da origem dos recursos financeiros despendidos”, fixando prazo de dois dias para tal.
Procurado, o PL ainda não se manifestou.
*Com informações do Terra
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Terra