Boa parte da Paraíba e dos paraibanos bem conhece o programa “Frente a Frente”, da TV Arapuan, que, lá em seu começo (fins de 2015, até 2019) foi apresentado pelo jornalista Heron Cid. Agora o é, também com muita desenvoltura, pelo jornalista Luis Tôrres.
É um espaço jornalístico que estimula o debate de temas da política, da cidadania e do cotidiano, obtendo seletiva e boa audiência mesmo concorrendo, nesse seu horário das 21h30 às 22h30, às 2ªs feiras, com programas como as novelas “Pantanal” (TV Globo) e “Amor Sem Igual” (TV Correio), assim como os de entretenimento como “Faustão” (Band) e “Programa do Ratinho” (SBT).
Em sua edição desta segunda feira, 25 de julho, o “Frente a Frente” reuniu analistas da política paraibana e brasileira, com eles promovendo uma espécie de “mesa redonda”. Desta feita teve como convidados especiais Anderson Dias (consultor de “marketing” político), Luiz Gonzaga Junior (cientista político) e Rui Galdino (advogado), profissionais de notoriedade em nosso meio.
Como sempre o faz, Luiz Tôrres instigou temas dos mais importantes no campo político, a exemplo da recente fala do presidente Bolsonaro em que o 1º mandatário da nação referiu-se aos “poucos surdos de capa preta” (sem citar os membros do STF), criticando-os por não entenderem – ou não quererem entender – que “quem faz as leis são o Poder Executivo (sic!…) e o Poder Legislativo”. Em relação a este assunto, os comentários, a respeito, começaram por Gonzaga Junior que classificou aquela declaração como uma atitude de “delinquência institucional”, enquanto que Anderson Dias qualificou-a como uma “sandice” (sandice, que quer dizer ignorância ou falta de inteligência). Já da parte de Rui Galdino, este iniciou assim: “Com todo respeito às opiniões dos colegas, eu discordo completamente com o que eles disseram”. E ponderou: “O resultado aqui é de 2×1… Temos aqui dois esquerdistas e um direitista… 2×1 pra eles!”.
Neste ponto, logo nos lembramos de um artigo que publicamos em janeiro deste ano em que questionamos: “O que é ser de esquerda?!… Ou ser de direita?!…”. Esse questionamento está motivado em um trecho do próprio artigo em que ponderamos: “Em relação a estes últimos 37 anos (1985 para cá), nossa avaliação pessoal é a de que não houve, no sentido puro das palavras, nem governo de direita nem governo de esquerda… Avaliamo-los como ou de centro-esquerda ou de centro-direita”. Mas, como já dito, é uma avaliação bem pessoal.
No mesmo “Frente a Frente”, este do 25 de julho, Luis Torres também estimulou que os convidados avaliassem “a polarização do cenário eleitoral brasileiro” e igualmente fizessem uma análise de como têm visto “as composições políticas no âmbito da Paraíba”.
Nessa “mesa redonda” os participantes, por seus profissionalismos e sintonia com a cidadania democrática e embora com discordâncias entre os pontos de vista, conduziram-se (como normalmente se conduzem) com reciprocidade de respeito. Infelizmente não é assim, nos campos em geral, com reciprocidade de respeito que temos observado as discussões sobre a política brasileira e as tendências relacionadas às eleições de 2 de outubro. Até famílias têm sido atingidas pelo partidarismo atual e seus extremismos!
Fonte: Mário Tourinho
Créditos: Polêmica Paraíba