ELEIÇÕES 2022

“Lulinha paz e amor 2.0 e Bolsonaro Light”: entenda as estratégias que os marqueteiros traçaram para Lula e Bolsonaro na reta final das eleições

Lula já se beneficiou dessa estratégia do marketing político na campanha que o elegeu em 2002, que transformou o “Sapo barbudo” com barba longa e desgrenhada, macacão de operário e discurso cortante, em um Lulinha Paz e amor, que veste terno Armani, ajustou o tom da voz, aparou a barba e o discurso. Acalmando o mercado, sob a comando de Duda Mendonça, Lula conseguiu “ ser engolido” pelo mercado financeiro e políticos de direita.

E , 20 anos depois, após a intensa polarização, violência no discurso do atual presidente, onde até um militante do PT foi assassinado, vemos que a preocupação dos marqueteiros é “adestrar” seus candidatos para alinhamento de um discurso mais ameno e menos agressivo.

Tal como fez em 2002, Lula tenta convencer empresários e, em diversos encontros e jantares com representantes das maiores fortunas do país, seu calo tem sido o agronegócio, campo dominado pelo atual Presidente com apoio da “bancada do boi” e defendendo pautas desse setor. Ao se aliar a Alckmin, estrategicamente Lula pretende repetir o sucesso da sua campanha de 2002, deixando o discurso mais exaltado para as suas bases. Pelo, menos em tese os dividendos   políticos desses encontros com empresários tem sido positivo para o Ex presidente, que carrega a missão de criticar as políticas econômicas do Governo atual, e convencer a classe empresarial que será capaz de colocar o país nos trilhos do superávit e queda da inflação, além da confiança internacional para impulsionar exportações.

Por outro lado, os marqueteiros do Presidente Bolsonaro têm a difícil missão de controlar o discurso bélico do atual mandatário, sobretudo em relação às acusações sem prova contra o sistema eleitoral, e críticas ao STF. A jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, apurou que além dessa pauta, Bolsonaro pretende atrair o público feminino, trazendo a fala da a primeira dama Michelle e solicitando que todas as autoridades levem suas esposas ao palco, essa é a tentativa de melhorar seu desempenho junto às mulheres. O discurso do presidente, segundo Malu Gaspar, não trará menções ao TSE ou STF e dará enfoque às realizações do governo, além de enfatizar seu posicionamento defendendo seus motes de família e liberdade.

A jornalista Do Globo também apurou que a imprensa terá entrada separada e toda a segurança do evento foi orientada a não permitir agressões à imprensa.

A morte do petista Marcelo Arruda no dia 10/07 acendeu o sinal de alerta nas agências de marketing que atendem Lula e Bolsonaro, trazendo preocupação com o acirramento e acusações de incitação direta à violência e ao ódio.

Após as convenções que estão marcadas para os dias 21/07 (Lula) e 24/07 (Bolsonaro), será possível analisar se esse discurso mais palatável será mantido. Uma coisa é certa, grande parte dos eleitores de Lula está receosa de sair às ruas com camisas ou qualquer acessório que remeta ao candidato petista.

Agora só nos resta acompanhar os desfechos dessa campanha que tem a marca da polarização extrema e do discurso de ódio como principais ingredientes.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba