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Paulo Santos

Boa parte do PMDB e outros segmentos oposicionistas da Paraíba não escondem a preocupação diante da nova “corrida do ouro” desencadeada por vários prefeitos em direção ao Palácio da Redenção. Nas contas mais realistas já chegam a 29 os desertores que agora usufruem das benesses oficiais.

Não há qualquer novidade em relação a esse comportamento dos prefeitos. Em todos os tempos, fosse qual fosse o Governador de plantão, maiscedo ou mais tarde recomeça essa romaria, sobretudo em períodos de jejum de eleições e quando a estiagem bate à porta com força.

Os partidos que veem seus filiados migrarem para o esquema oficial rotula os prefeitos de todoso os adjetivos impublicáveis. O esquema oficial os saúda como “cristãos novos” que, enfim, têm uma luz no fim do túnel. Vai ver que os dois lados estão certos e o eleitor é que estava errado quando os elegeu.

A situação, contudo, é mais grave no PMDB. O deputado estadual Trócolli Júnior abriu na tribuna da Assembleia Legislativa uma parte da sua “caixa de ferramentas” para chamar o feito á ordem e advertir o partido de que não pode perder “nem meio vereador”. Pelo silêncio vindo da avenida Beira Rio, seu protesto não ecoou.

O possível candidato peemedebista ao Governo do Estado em 2014 – ex-prefeito Veneziano Vital – anunciou que, após o carnaval, faria um périplo pelo Estado e tem sido visto – e ouvido – em diversas regiões, em contato direto com lideranças e concedendo entrevistas em emissoras de rádio.

Sua peregrinação, porém, não tem alcançado os territórios de prefeitos peemedebistas que já colocaram em suas agendas as datas e as condições em que irão aderir ao esquema político do governador Ricardo Coutinho. A tranquilidade de Vené, alerta um eminente aliado dele, pode demonstrar que há jogo de cena de alguns prefeitos.

Em outras oportunidades, prefeitos se comportaram como “quinta coluna”, isto é, caíram nos braços do governante de plantão e, próximo ás eleições seguintes e após receber várias benesses, voltaram ao leito natural do rio.

O único “PMDB que fala”, nos dias atuais, é a bancada na Assembleia. Raniery Paulino, Gervásio Filho, o próprio Trócolli e Olenka Maranhão ainda tentam manter acesa a chama oposicionista, talvez agarrando-se ás palavras como instrumento de sobrevivência diante de uma catástrofe anunciada.

A crise envolvendo a dupla Wilson & Santiago – pai e filho – está adormecida. Não se pode prever quando o vulcão entrará em ebulição novamente, mas as próximas investidas podem ser as últimas entre os insatisfeitos e a atual direção do PMDB da Paraíba. Ricardo Coutinho não só amealha prefeitos, mas penhoradamente agradece o esfacelamento do principal partido de oposição no Estado.

PAPA

Não é de todo improvável que algum jornalão brasileiro (Globo, Estadão, Folha ou Correio Braziliense, entre outros) parta para uma patriotada e  rasgue a manchetona DEUS É BRASILEIRO caso o novo Papa seja o cardeal de São Paulo. Dom Odilo. Galvão Bueno vive “inspirando” redações.

COMPENSA

O crime, pelas leis brasileiras, compensa. Três exemplos recentes frustram esperanças. Semanas atrás um rapaz, acusado de matar o pai e a madrasta, foi condenado pelo Tribunal do Júri e saiu calmamente, pela porta da vfrente do Fórum, para responder ao restante do processo em liberdade. O ex-goleiro Bruno teria que tirar 22 anos de prisão pela morte da ex-amante e já pela manhã o advogado do condenado dizia que seu cliente deve passar só três anos no regime “fechado”. E o recém-eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados é acusado (somente) de racismo, homofobia e… estelionato.