A prefeitura de Natal, capital do Rio Grande do Norte, decretou estado de calamidade pública nesta segunda-feira (4/7), devido aos estragos causados pelas chuvas intensas que caem na região desde o último fim de semana. Em 12 horas, a cidade registrou mais da metade do volume de água esperado para todo o mês de julho.
As tempestades causaram alagamentos em vários pontos da capital, deixando pessoas desabrigadas e moradores desalojados. Segundo a Defesa Civil do estado, três famílias e um idoso foram acolhidos em uma escola municipal — porém, a maior parte dos cidadãos afetados está abrigada em casas de familiares.
De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em 96 horas, precipitações acumularam mais de 300 mm em Ponta Negra, bairro costeiro da cidade. A título de comparação, a média de chuva esperada para todo o mês de julho é de 245 mm, conforme estimativa da Empresa de Pesquisas Agropecuárias do Rio Grande do Norte (Emparn).
O grande volume pluviométrico provocou o transbordamento de lagoas de captação de águas pluviais, crateras abertas, alagamento de imóveis “com perdas de pertences dos moradores” e deslizamento em áreas de encosta. Também foram afetadas redes de drenagem, com registro de queda de árvores e casas interditadas por risco de desabamento.
As secretarias de Trabalho e Assistência Social (Semtas) e de Educação destinaram três escolas para receber eventuais desabrigados pelo desastre: a Escola Municipal de Santos Reis, na Zona Leste; Francisca Ferreira, em Felipe Camarão; e a Escola de Nossa Senhora da Apresentação, na Zona Norte.
Também serão disponibilizados colchões, cestas básicas e material de higiene e limpeza para a população que precisar deixar a moradia.
Situação de emergência
O decreto de situação de calamidade dispensa o município da obrigação de abrir licitação para compra de materiais e contratação de serviços, com o objetivo de reparar danos causados nas áreas afetadas.
Também ficam autorizadas a convocação de voluntários para reforçar as ações de resposta ao desastre, bem como a relização de campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade para oferecer assistência à população.
O documento também determina que todos os órgãos municipais estão autorizados a colaborar, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Governo, com as ações de resposta ao desastre e reabilitação do cenário e reconstrução.
A prefeitura deu início a processos de desapropriação, por utilidade pública, de propriedades particulares localizadas em “áreas de risco intensificado de desastre”.
Fenômeno regional
A região Nordeste continuará a sofrer com os efeitos das fortes chuvas provocadas pelo fenômeno Ondas do Leste. Ele consiste em alterações no campo de vento e pressão que atuam na faixa tropical do globo terrestre, resultando no aparecimento de nuvens muito carregadas na costa leste nordestina.
Segundo previsão da Metsul, parceira do Metrópoles, esta segunda-feira será marcada por chuvas fortes e frequentes desde o leste do Rio Grande do Norte até o leste do Sergipe. Também são esperados grandes acúmulos nas capitais Natal, João Pessoa, Recife e Maceió.
Fonte: Polêmica Paraíba com informações de Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba