opinião

“Que país é este?!...”: Renato Russo/1987. E agora?!... - Por Mário Tourinho

Em início de novembro do ano passado escrevi e foi publicado o artigo de título “Senhor Deus, salvai o Brasil”. Nele expressei que desde quando alcancei a idade adulta – e isto já se vão mais de 50 anos – não observava um quadro tão desrespeitoso, entre os próprios filhos desta nação, como o que vivemos agora. E enfatizei que nunca imaginara tantos xingamentos de brasileiros contra brasileiros, e até contra – imagine-se – a autoridade maior do país, havendo, inclusive, a ousadia de uma pessoa, com a “cara à vista”, nas redes sociais, chamar o Presidente da República (repito: o Presidente da República) de “safado”. Pior: tudo ficar como que nada tivesse sido dito, correspondendo, portanto, a uma impunidade tamanha que nada tem a ver com “liberdade de expressão”, muito menos com Democracia.

Em início de novembro do ano passado escrevi e foi publicado o artigo de título “Senhor Deus, salvai o Brasil”. Nele expressei que desde quando alcancei a idade adulta – e isto já se vão mais de 50 anos – não observava um quadro tão desrespeitoso, entre os próprios filhos desta nação, como o que vivemos agora. E enfatizei que nunca imaginara tantos xingamentos de brasileiros contra brasileiros, e até contra – imagine-se – a autoridade maior do país, havendo, inclusive, a ousadia de uma pessoa, com a “cara à vista”, nas redes sociais, chamar o Presidente da República (repito: o Presidente da República) de “safado”. Pior: tudo ficar como que nada tivesse sido dito, correspondendo, portanto, a uma impunidade tamanha que nada tem a ver com “liberdade de expressão”, muito menos com Democracia.

Já na elaboração daquele artigo eu me lembrara do que Renato Russo, em canção interpretada pela Banda Legião Urbana, em 1987, questionava: “Que país é este?!…”. Nessa canção ele denunciava que “Nas favelas, no Senado/ Sujeira pra todo lado/ Ninguém respeita a Constituição/ Mas todos acreditam no futuro da nação”.

Passaram-se 35 anos. Por óbvio, o futuro – em relação a 1987 – chegou. No entanto, há que se concordar com a lástima inscrita no artigo do novembro de 2021, “Senhor Deus, salvai o Brasil”.

A propósito, e como que reproduzindo o tamanho desrespeito prevalecente entre os brasileiros e que naquele texto fora descrito, agora, bem agora, nestes dias, de novo com a “cara à vista” e mostrando nome e endereço, implanta-se nas redes sociais manifestação muitíssimo desrespeitosa contra dois ministros da mais alta corte da nação (o Supremo Tribunal Federal), André Mendonça e Nunes Marques, inclusive se os chamando de “moleques”. A alegação, para esse inconcebível desrespeito, foi a de que eles, a serviço do bolsonarismo, tudo estariam fazendo para tornar sem efeito uma decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que cassara o mandato de um deputado estadual (bolsonarista), Fernando Francischini, do Paraná. Mas, sobre este assunto, a 2ª Turma do STF, reunida na terça feira, 07 de junho corrente, já decidiu pela confirmação daquela decisão do TSE, ou seja, mantendo a cassação de mandato do deputado estadual paranaense.

Lá em 1987 Renato Russo concluiu a canção “Que país é este?” dizendo: “Terceiro mundo se for/ Piada no exterior/ Mas o Brasil vai ficar rico/ Vamos faturar um milhão/ Quando vendermos todas as almas/ Dos nossos índios num leilão”.

E hoje?!… Aquela canção/desabafo, de 1987, ainda tem sentido?!…

Fonte: Mário Tourinho
Créditos: Polêmica Paraíba