O vereador bolsonarista e antivacina Nikolas Ferreira (PL), atacou a também vereadora Marielle Franco (Psol) (1979-2018) durante reunião ordinária na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram brutalmente assassinados em 2018, quando voltavam para casa. Até hoje não se sabe quem mandou matar Marielle e Anderson.
Revoltado com um projeto que prevê a mudança do nome do Centro de Saúde Vila Cemig para Marielle Franco, o vereador resolveu atacá-la e compará-la ao torturador Carlos Brilhante Ustra, figura idolatrada pelo bolsonarismo.
O vídeo que viralizou nas sociais desta quinta-feira (2/6) causou indignação não só entre os parlamentares, mas também na internet.
” Uma pessoa (Marielle Franco) que não fez nada pela nossa cidade.. (sic).. Se eu tomasse essa atitude, de mudar esse nome para Centro de Saúde Carlos Alberto Brilhante Ustra, estaria todo mundo aqui em pane (sic) porque não pode mudar isso”, disse o vereador.
O vereador prosseguiu com os ataques dizendo que “o centro de saúde vai fazer aborto?”. ” A Marielle era abortista, a favor de matar criança dentro do ventre. É de um partido que mandou carta para Maduro na Venezuela e que passa com tanques por cima de civis”.
Confira a fala do vereador a partir de 50:32
Durante a sessão, Nikolas havia dito que o “silêncio da esquerda” sobre o ataque feito a outro vereador de direita, o pastor Marcos Crispim (PP), era “ensurdecedor”. O contexto da fala envolvia uma foto postada pelo pastor ao lado do governador Romeu Zema (Novo) e do deputado federal Marcelo Aro (PP). Ele teria sido chamado de “capitão do mato”.
No entanto, na mesma sessão, a vereadora Macaé Evaristo (PT) ponderou que “é preciso discutir as relações raciais e como isso impacta o exercício parlamentar”. “Não há que se distinguir o racismo sofrido pelo vereador Marcos Crispim, no exercício da sua atuação parlamentar, com o racismo sofrido pela vereadora Marielle quando perdeu a sua vida, no exercício da sua ação parlamentar”, disse.
“O racismo acaba com a reputação, acaba com a vida como aconteceu com a vereadora Marielle. É triste a gente ainda não saber quem mandou matar Marielle”, lamentou Evaristo.
“O vereador (Marcos Crispim) sabe quem fez, sabe se defender. Já a família dela, até hoje, não sabe. Não sabe quem responsabilizar. O Estado Brasileiro não fez justiça”, disparou.
Vereadora do Psol responde bolsonarista
Nikolas Ferreira disse que “parlamentares” como a vereadora Iza lourença (Psol) têm uma “comoção seletiva”.
Em resposta, Iza disse que “fazer política” também é homenagear “heroínas e lutadoras do nosso povo”. “Foi a violência política que matou Marielle Franco. E quem defende a morte são aqueles que pregam o ódio. São preconceituosos. São os que não aceitam as formas que as pessoas são felizes, amarem quem quiserem. Esses sim defendem a morte.”
Fonte: Polêmica Paraíba com fórum
Créditos: Polêmica Paraíba