O juiz da Vara Única da Comarca de Alagoa Grande, José Jackson Guimarães, declarou-se suspeito para prosseguir na condução do processo que envolve a delegada Maria Soledade, investigada pela suposta prática do crime de concussão, suspeita de extorquir um servidor público da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no âmbito da Operação Cara de Pau.
A delegada foi presa em abril de 2021, quando um servidor público federal da PRF fez a denúncia de que estava sendo extorquido pela delegada e pelo escrivão a fim de beneficiá-lo em um procedimento policial que apurava um ato cometido pelo denunciante.
No dia 22 de abril deste ano, o juiz Jackson Guimarães determinou prisão domiciliar para a delegada. De acordo com a acusação, foi exigido R$ 5 mil, tendo sido pago a metade e, com autorização judicial, o Ncap e o Gaeco monitoraram o segundo pagamento, prendendo os acusados em flagrante. Em junho do ano passado, o STJ negou a libertação da delegada.
A decisão
Ao tomar conhecimento da decisão de suspeição, o advogado Aécio Farias, que defende a delegada, pediu a nulidade do processo. Segundo ele, o juiz, que decretou a busca e apreensão e depois a prisão preventiva, “foi responsável por uma série de absurdos erros na condução do processo”. Aliás, ele nunca poderia ter despachado nesse processo porque a acusação diz que a delegada vendia a promessa de influência junto aos assessores daquele próprio juiz”, afirmou.
Farias comparou o caso da delegada ao processo envolvendo o ex-presidente Lula: “temos um novo Sérgio Moro”, em alusão à declaração de parcialidade reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que anulou todos os processos do ex-presidente.
Segundo o advogado, “todas as provas estão contaminadas pela parcialidade, agora declarada, do juiz. Na visão da defesa, o processo e as provas estão todos nulos.”
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba