A Petrobras irá reajustar em 8,87% o preço do diesel nas suas refinarias a partir desta terça-feira (10), com o valor do combustível para distribuidoras passando de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro. A informação foi confirmada através de comunicado enviado pela companhia. Os preços de gasolina e GLP, no entanto, estão mantidos.
O último aumento promovido pela estatal ocorreu no dia 11 de março. Na ocasião, somente o reajuste do diesel foi de 24,9%.
Segundo a Petrobras, o balanço global de diesel está impactado por uma redução da oferta frente à demanda. “Os estoques globais estão reduzidos e abaixo das mínimas sazonais dos últimos cinco anos nas principais regiões supridoras”, justifica a empresa.
Esse desequilíbrio resultou na elevação dos preços de diesel no mundo inteiro, com a valorização deste combustível muito acima da valorização do petróleo. A diferença entre o preço do diesel e o preço do petróleo nunca esteve tão alta. Trecho de comunicado da Petrobras
Na semana passada, a Petrobras reportou lucro líquido de R$ 44,56 bilhões referentes ao primeiro trimestre, uma disparada ante o valor de R$ 1,167 bilhão obtido um ano antes, conforme balanço financeiro divulgado. A alta do preço do barril do petróleo, devido à guerra da Rússia contra a Ucrânia, impulsionou os números da empresa.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamou e pediu à Petrobras para que reduza sua margem de lucro, que considerou “absurdo” e “um estupro”. Bolsonaro, no entanto, omitiu a informação sobre o governo ser o principal acionista da companhia.
A gente apela para a Petrobras, não reajustem o preço dos combustíveis. Vocês estão tendo um lucro absurdo (…) Se continuar tendo lucro dessa forma, aumentando o preço do combustível, vai quebrar o país.
Interferência no comando da empresa
Em abril, José Mauro Ferreira Coelho tomou posse como o novo presidente da Petrobras, após indicação do governo de Bolsonaro. Seu nome foi aprovado para o comando da empresa pelo conselho de administração.
O executivo defende a política de preços da Petrobras, que vincula os preços dos combustíveis às cotações do dólar e do petróleo no mercado internacional.
Em outubro do ano passado, pouco antes de deixar o cargo de secretário do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Coelho disse à Agência Brasil que a alta dos combustíveis não é um fenômeno brasileiro, mas uma onda que pegou o mundo todo na retomada da economia após o auge da pandemia do covid-19. Ele entende que o Brasil precisa acompanhar os preços externos para garantir o abastecimento, já que não refina todo o combustível consumido.
A mudança no comando da empresa aconteceu mais de duas semanas após Bolsonaro decidir demitir o atual presidente, general Joaquim Silva e Luna, em meio ao aumento nos preços dos combustíveis. Foi a segunda troca de chefia da Petrobras durante o governo Bolsonaro. A primeira ocorreu em fevereiro do ano passado, quando o presidente interferiu na empresa para tirar Roberto Castello Branco do cargo.
Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba