O empresário Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por crimes sexuais diversos contra, pelo menos, 14 mulheres. As vítimas acusam o homem de tê-las aliciado e estuprado em festas em sua casa em Alphaville (SP) desde 2008.
A delegada Priscila Camargo incluiu, na denúncia, os delitos de casa de prostituição, favorecimento à prostituição, estupro, estupro de vulnerável, tráfico de pessoas, falsificação de documento público e organização criminosa. A informação foi revelada pelo Uol.
Klein teria pago, a duas das vítimas, R$ 900 mil pelo silêncio de cada uma. Durante a investigação, a defesa do empresário já confirmou que ele mantinha relações sexuais com as mulheres como um “sugar daddy”, como são chamados os homens que pagam altos valores para sustentar as parceiras com quem se relacionam.
André Boiani e Azevedo, advogado de defesa do acusado, afirmou que o indiciamento é “discricionário”. “Saul e sua defesa técnica respeitam o posicionamento da Polícia Civil, mas entendem que a análise atenta e isenta dos elementos do inquérito levará o Ministério Público e o Judiciário a concluírem por sua inocência”, afirmou.
A delegada confirmou que existe um “rol extenso de pessoas a serem indiciadas”, relacionadas à rede de aliciamento construída por Saul Klein para levar as vítimas até ele.
Entenda o caso
As mulheres, muitas vezes em situação de vulnerabilidade, eram atraídas por vagas para atuar em funções como modelos. O que encontravam, porém, era uma rede que as obrigava a manter relações sexuais forçadas com o herdeiro das Casas Bahia.
As 14 vítimas foram ouvidas em 2020 na Ouvidoria da Mulher do Conselho Nacional do Ministério Público, que encaminhou o conteúdo para o MP-SP.
“Segundo constou do requerimento, todas as mulheres acima foram vítimas de aliciamento sexual”, aponta o despacho da Justiça citando informações elencadas pela promotoria. “Eram procuradas por aliciadores em redes sociais e outros canais, informadas falsamente de que havia interesse na contratação delas por parte de uma empresa e conduzidas a uma apresentação, a título de teste, para o requerido Saul”, continua.
O despacho diz ainda que os testes eram feitos em um flat e as jovens precisavam usar biquínis ou roupa íntima. “Elas eram convencidas de que, se satisfizessem a lascívia do requerido Saul, poderiam ser contratadas para eventos na ‘mansão’ de Alphaville, quando então receberiam de mil a três mil reais, ou numa casa de campo dele em Boituva”.
“Nesses eventos, que podiam contar com 15 a 30 moças, elas tinham que se exibir o tempo todo de biquíni e submeter-se a atividades sexuais com o requerido Saul, inclusive de modo humilhante e a contragosto. Também podiam ter que ingerir droga, permanecer trancadas em um quarto por um dia inteiro e aceitar se submeter a consultas com médicos ginecologista e cirurgião plástico, respectivamente, para cuidar das persistentes e reiteradas doenças sexualmente transmissíveis que as acometia e de outras enfermidades que apresentaram, bem como receber aplicações de botox ou outros tratamentos destinados a prepará-las para as sessões com o requerido Saul”.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba