Após um acordo com o PT para o alinhamento em temas como a busca pela revogação da reforma trabalhista e da emenda do teto de gastos, o PSOL caminha para aprovar, no próximo dia 30, em reunião de seu diretório nacional, a entrada do partido na coligação de Lula à Presidência da República. Com isso, fará parte do conselho político da campanha. As informações são do colunista Leonardo Sakamoto, UOl.
Dirigentes psolistas haviam colocado como pré-condição para apoiar formalmente Lula que fossem acolhidas posições à esquerda. Em reunião na Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, nesta terça (19), representantes dos dois partidos chegaram a um acordo que levou em consideração a maior parte dos pontos programáticos que haviam sido apresentados pelo PSOL.
Natalia Szermeta, presidente da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, think tank do PSOL, explicou à coluna que, além dos pontos já citados, também houve acordo quanto a uma revisão da reforma da Previdência, o apoio a uma reforma tributária com taxação progressiva para os mais ricos, a revogação de alterações na lei ambiental pelo governo Jair Bolsonaro e mudanças no modelo de desenvolvimento da Amazônia e na matriz energética brasileira.
Essa foi a terceira reunião entre as legendas. Pelo PSOL, neste encontro, além de Szermeta, também estava o ex-deputado federal Claudio Puty, e, pelo PT, Aloizio Mercadante, Tereza Campello, Guilherme Mello, Pedro Rossi e William Nozaki.
Não significa que todos esses pontos farão parte necessariamente do programa de governo de Lula, o que depende de acerto com os outros partidos que farão parte da coligação, mas que tanto PT quanto PSOL defendem que eles sejam considerados.
No próximo dia 30 de abril, o PSOL deve escolher entre a candidatura própria ou o apoio a Lula. A coluna conversou com dirigentes de diferentes tendências do partido que apontaram que essa opção já conta com a maioria dos votos.
Será a primeira vez desde a sua fundação, em 2004, que o partido não lançará um nome à Presidência (Heloísa Helena, em 2006, Plínio de Arruda Sampaio, em 2010, Luciana Genro, em 2014, Guilherme Boulos, em 2018).
O Partido dos Trabalhadores, em reunião de seu diretório nacional no último dia 13, abraçou a proposta de revogação da reforma trabalhista em sinalização à sua base sindical e à ala mais à esquerda (ainda insatisfeita com a aprovação, pela maioria absoluta do partido, do nome de Geraldo Alckmin como candidato a vice). Mas também a seus aliados, como o PSOL.
E, na segunda (18), a federação partidária que vai reunir PT, PC do B e PV, registrada com o nome de Federação Brasil da Esperança, adotou a revogação da reforma trabalhista e do teto de gastos em sua carta-programa.
Fonte: UOL
Créditos: UOL