A política paraibana é realmente sui generis. Enquanto vários partidos e suas lideranças políticas estão correndo contra o tempo em busca de apoios visando triunfar nas eleições que se avizinham, eis que de forma totalmente atabalhoada e fora do contexto político da Paraíba, o governador João Azevedo resolve viajar para a Europa com alguns de seus assessores e familiares para “descansar”.
Agora vem a pergunta que não quer calar: Será que do ponto de vista político, e sabendo das turbulências que vem enfrentando para a formação de uma chapa, essa viagem seria necessária nesse momento? Sobretudo analisando do ponto de vista de quem já teve diversas baixas em seu agrupamento político e que pode comprometer sua reeleição.
Ninguém mais do que o próprio governador João Azevedo para saber que esse tipo de ausência só estimula ainda mais seus adversários que, vendo o espaço livre, vão em busca de angariar apoios subestimação.
Qual o Timoneiro de um barco que vê o mar em revolto e procura contribuir para seu naufrágio? Isso pode transparecer aos navegantes uma sensação de esnobe diante das dificuldades que terão de enfrentar ou mesmo uma insegurança de que não tem mais salvação, mas deseja guardar em segredo a real situação até o seu desfecho.
A verdade é que a saída do governador da Paraíba deixou os oposicionistas ouriçados. Sem falar das estratégias que já vêm sendo formatadas pelos partidos oposicionistas para um possível segundo turno das eleições, numa provável disputa contra o próprio João Azevedo, o que será uma nova eleição e vencerá quem estiver planejando melhor.
Aliás, dentro dessa seara de um segundo turno, é fatídico ver que as conversações, pelo menos dentro das oposições, já estão bem avançadas pois, a preço de hoje, quem faz uma leitura de futuro já pode observar um alinhamento entre os grupos do pré-candidato Pedro Cunha Lima (PSDB) com o de Nilvan Ferreira, pré-candidato pelo PL, e ainda um leve diálogo com o MDB de Veneziano Vital, embora essa conversa vem sendo desmentida pela senadora Nilda Gondim.
Tudo isso sem ainda falar no imbróglio da indefinição do deputado Aguinaldo Ribeiro, se vai ou não disputar uma vaga na chapa de João Azevedo para o senado federal e a indefinição sobre quem será o vice de João, que a toda hora surge um nome diferente.
No geral, até entendemos que a viagem é importante para desestressar da rotina cotidiana, a vida de qualquer gestor realmente não é fácil; porém para o momento tão dramático da política paraibana, com a série de indefinições que estão surgindo, não foi nada salutar para a pessoa pública do Governador, e inclusive pode resultar em muitas surpresas que poderemos ter até o dia das eleições. Quem viver, verá!
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba