Ao ligar o televisor, o canal em que já estava sintonizado dá a noticia de que mais uma cidade ucraniana encontra-se com seus (então belos) prédios totalmente destruídos. Pior: há bem mais gente morta!
Mudar de canal é (ou seria) a melhor opção para amenizar estes impactos advindos do noticiário. E assim é/foi feito.
No novo canal, exclusivo em telejornalismo, o destaque está sendo “explosão e tiros no metrô de Nova Iorque”. Novamente parece pertinente a mudança de canal. Agora, um canal com programação local… programação daqui de João Pessoa/PB.
Qual o destaque que as imagens mostram neste novo canal?!…
– “Padrasto confessa crime contra enteada de 12 anos e o corpo é retirado do fundo de cacimbão no bairro de Gramame”.
Não está neste texto qualquer restrição à atividade jornalística. Não! De forma alguma! É próprio ao jornalismo, profissionalmente competente, transmitir ao público a realidade… a verdade dos fatos. Portanto, sem “fake news”! E, infelizmente, a realidade do mundo, com “guerras lá e cá”, guerras de todos os tipos que estão a intimidar até que saiamos de casa… e também causar medo “ficar em casa”, determina que o noticiário prevalecente seja este aqui referido.
Por óbvio esta realidade não é de agora. Não é só do hoje. Basta lembrar que nas escolas estudamos sobre as guerras… especialmente as mundiais mais próximas de nosso tempo, como a 1ª, de 1914/1918, e a 2ª, de 1939/1945. O que podemos estranhar é que as “guerras” agora se fazem presentes, entre nós, todos os dias… e com maior intensidade de tal maneira que logo nos vem à lembrança uma canção de 1976, da autoria de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, de título “O Progresso”, que já denunciava esse quadro tão horroroso.
Mas, nessa mesma canção há um trecho que melhor se encaixa a estes tempos de hoje como (novo) chamamento à racionalidade atribuída, indevidamente, só aos humanos. Diz assim:
– “Eu não posso aceitar certas coisas que eu não entendo/ O comércio das armas de guerra da morte vivendo/ Eu queria falar de alegria ao invés de tristeza, mas não sou capaz/ Eu queria SER CIVILIZADO COMO OS ANIMAIS”.
São várias as residências em que presentes estão alguns animais. Não parecem irracionais como parecem ou efetivamente são muitos humanos. Recentemente aqui foi postado um nosso artigo sobre “Pantanal e lembranças do Projeto Rondon”, em que está descrita uma nossa passagem pelo Pantanal Matogrossense, especialmente pelas cidades de Corumbá e Ladário. Tivemos oportunidade de ver, à beira dos rios, algumas “feras” que agora também nos lembram um outro trecho da canção aqui já referenciada:
– “Eu poder afagar uma fera ferida/ Eu queria poder transformar tanta coisa impossível/ Eu queria dizer uma coisa que pudesse ficar bem comigo/ Eu queria poder abraçar meu maior inimigo”!
Reflitamos sobre a (ir)racionalidade humana, hoje, que nos fazem ficar “putos”, por exemplo, com um tal de “Putin”.
Fonte: Mário Tourinho
Créditos: Polêmica Paraíba