Oposição ensaia protestos na visita de Dilma à PB

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A presidente Dilma Rousseff já formalizou o anúncio de adiamento de uma visita que estava programada ao Estado do Ceará. Na Paraíba, é grande a expectativa quanto à sua provável vinda no início de março. Embora o Palácio do Planalto não tenha confirmado data, fontes do PT acreditam que ela virá. Seria a sua primeira visita ao território paraibano, já que na campanha eleitoral de 2010 Dilma não veio a qualquer cidade pedir votos, embora tenha sido expressivamente sufragada no Estado. O fato novo que pode obstacular a sua vinda é o ensaio de protestos, reivindicações e cobranças por parte de políticos e movimentos sociais, empenhados em reclamar providências concretas para atendimento às vítimas da estiagem e obter uma definição sobre o projeto de transposição das águas do rio São Francisco.

Na sua edição de hoje, o “Jornal da Paraíba”, em matéria assinada por Larissa Claro, destaca a articulação que está sendo conduzida pelo deputado federal Efraim Filho, do Democratas, que pretende reunir agricultores de vários Estados nordestinos, além de mutuários do Banco do Nordeste e outros segmentos da sociedade. A mobilização tem em vista extrair uma posição concreta da presidente sobre as medidas estruturantes de combate à estiagem e o perdão das dívidas de pequenos produtores, que se sentem sufocados com a atual conjuntura. “Não é um movimento de oposição, mas de proposição”, defende-se Efraim Filho, tentando evitar explorações negativas do protesto.

“Nós queremos deixar bem clara a nossa insatisfação com a inércia na adoção de medidas para atenuar os reflexos da estiagem e para evitar a extorsão de pequenos agricultores que estão sendo punidos pelos bancos oficiais num período de emergência”, explica o parlamentar. No que diz respeito ao projeto de transposição, o parlamentar tem convicção de que está praticamente paralisado, e assinala que a única coisa que falta é vontade pública, já que não falta dinheiro para a construção dos estádios da Copa do Mundo. “É uma questão de prioridade. Fica claro que o Nordeste não é prioridade do governo da presidente Dilma”, acentua ele. A articulação tenta expor, num dos locais da visita de Dilma, uma amostra do flagelo da seca, com carcaças de animais mortos e a presença de um grande número de agricultores que estão com débitos junto a bancos oficiais. Efraim idealiza um movimento dos nordestinos, não apenas dos paraibanos, daí estar arregimentando representações de outros Estados, inclusive fora do Polígono das Secas.

O movimento teria apoio, por exemplo, do deputado federal Ronaldo Caiado, de Goiás, um dos fundadores da União Ruralista Brasileira, que defende os interesses de proprietários do agronegócio. “É inadmissível que no Brasil do século XXI tenhamos tecnologia para extrair o petróleo do pré-sal e não tenhamos capacidade de trazer água para a superfície”, justifica o parlamentar do DEM. A Assembléia Legislativa da Paraíba promete incorporar-se às cobranças. O deputado Francisco de Assis Quintans, presidente da Frente Parlamentar da Seca e filiado ao DEM, acha inadmissível o problema verificado em relação às obras da transposição de águas. “Essa é uma das grandes obras de importância mas o Ministério da Integração identificou, por meio de um relatório, que cinco dos quatorze lotes da obra estão bichados, ou seja, foram fraudados. Por outro lado, o governo não demonstra preocupação com o setor produtivo. Outro dia, encontrei um quilo de fava custando R$ 25,00 e o da farinha R$ 7,0. Não sei aonde a gente vai parar”, verbera Quintans.

Do Blog com RepórterPB