A ex-aluna de um curso de graduação da Universidade Estadual do Ceará (Uece) que denunciou um professor da instituição pelo crime de importunação sexual cometido por meio de redes sociais afirmou, nesta segunda-feira (4), que possui novas provas contra o docente. Segundo a ex-aluna, ela possui prints da denúncia feita a ouvidoria da Uece e outros prints de comentários do professor em fotos dela nas redes sociais.
“Tenho prints da denúncia feita a ouvidoria da Uece. Já que em nota, eles negaram o conhecimento da denúncia. E alguns outros prints de comentários do professor em fotos minhas, do meu filho”, afirmou.
Ainda de acordo com a ex-aluna, até esta segunda-feira, a Polícia Civil ainda não deu resposta sobre as investigações. A mulher disse ainda que espera que a universidade tome providência, por se tratar da denúncia de um crime.
“Na próxima quinta-feira vou novamente à delegacia levar algumas provas. O que ele fez é um crime. E eu espero sinceramente que a Uece não tolere”, relatou.
Prints de mensagens de cunho sexual
A mulher prestou registrou de ocorrência (BO) na Polícia Civil na quinta-feira (31) e entregou os primeiros prints de mensagens de cunho sexual que recebeu.
“No ano de 2021, [ele] passou a enviar mensagens de cunho sexual para a declarante, afirmando que ‘queria fazer determinadas coisas’ com a declarante”, contou a mulher.
Além disso, ele enviou mensagens ao irmão da vítima solicitando o contato dela e passou a comentar em fotos do filho da vítima. Então, ela resolveu denunciá-lo.
De acordo com a ex-aluna, o docente enviava as mensagens de cunho sexual através de suas redes sociais, mesmo que ela nunca tivesse respondido aos assédios. O caso foi registrado em uma das Delegacias de Defesa da Mulher no interior do Ceará.
A Polícia Civil informou que investiga, por meio da Delegacia de Defesa da Mulher, a denúncia. Conforme a apuração policial, a vítima recebia mensagens inoportunas em suas redes sociais e de familiares.
A vítima concluiu o curso há cerca de cinco anos e estudou com o professor em três disciplinas. Ela afirmou à Polícia Civil que a relação entre ambos “sempre foi somente de aluna e professor”, sem qualquer contato fora do ambiente acadêmico.
Ela narrou a policiais que o homem tentou presenteá-la com chocolates e sorvetes e a convidá-la para sair, mas a mulher nunca aceitou. O contato pelas redes sociais, conforme a vítima, ocorreu após ela sair da universidade. Ele disse que a amava e que a queria para si.
A Polícia Civil disse que diligências e outivas estão em andamento; e que mais informações serão repassadas posteriormente para não comprometer o trabalho policial.
O que disse a Uece
A Reitoria da Uece afirmou que não há registros de denúncia por parte da ex-aluna na instituição de ensino. A universidade explicou que o registro formal de denúncia nas instâncias competentes da instituição é necessário para abrir sindicância e apurar os fatos.
A Uece declarou ter “forte compromisso com o combate ao assédio sexual e à violência contra a mulher”. A universidade acrescenta que desde 2017 conta com Núcleo de Acolhimento Humanizado às Mulheres Vítimas de Violência (NAH/Uece) para acolhimento e acompanhamento de mulheres vinculadas à Uece.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: G1 Globo