A imobilidade urbana

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Marcos Tavares

Uma das provas de que o trânsito da capital se dá sem planejamento e que as coisas acontecem ao sabor da divulgação da imprensa e a indignação da população foi o anúncio da Semob de que iria instalar uma lombada na ladeira onde se registrou grave acidente com seis pessoas atropeladas num ponto de ônibus. Se havia necessidade real dessa lombada, ela já deveria existir lá. Se ela vem apenas atendendo ao apelo e a arruaça feita pela população local, pior ainda, pois mostra que as coisas que deveriam sofrer estudo técnico acabam por se realizarem por intenções políticas.

A Beira Rio é um exemplo típico disso. Feita originalmente para ser um corredor de alta velocidade, sem moradias na sua margem, foi sendo povoada por favelas que a incúria de diversos governos permitiu. Essas favelas viraram casas e lojas, e hoje a Beira Rio é uma pista de obstáculos coberta de semáforos, lombadas físicas e eletrônicas. Ou seja, uma irregularidade que foi permitir morar gente em sua margem acabou por desviar o destino final da artéria que hoje é uma das mais lentas e engarrafadas da cidade. A carroça vem adiante do burro e primeiro surgem os problemas para depois se implantarem soluções, nem sempre as melhores e mais viáveis.

A Epitácio Pessoa passa novamente por reformas. Ela e a Lagoa são alvos de atenção de todo Prefeito que entra, pela vitrine que oferecem. O estreitamento do canteiro não irá absolutamente acabar os problemas de tráfego na avenida que vem de seus cruzamentos e do excesso de veículos nas horas de maior movimento. Mas é uma excelente oportunidade para Cartaxo mostrar homens e máquinas trabalhando, dando a nítida e ilusória impressão que nossos problemas de mobilidade estão sendo resolvidos.

Sucateados

Denúncia não se responde com desaforo, mas com fatos. Por isso o governo precisa até agradecer o relatório do Ministério da Justiça que aponta a absoluta falta de equipamentos no nosso Corpo de Bombeiros.
Faltam equipamentos essenciais e nem tão caros assim, como luvas e máscaras de respiração. Quanto a escadas para atingir grandes alturas esse é um dado que assusta toda a população pela sua total obsolescência.
Portanto, em vez de criticar o relatório, cabe ao Governo e às autoridades da segurança tentar remediar o que está errado.

Aumentos

Sempre que Cartaxo dá um aumento desagrada alguns setores. Ele promete reajustes para os professores municipais, o que deixa os mestres estaduais em polvorosa, pedindo igual tratamento.
Cartaxo também garantiu o décimo quarto salário para escolas de excelência, atitude que o Estado também encampa.
O que não pode existir é alguém não poder dar aumento porque outro alguém não quer dar o seu.

Para Cima

Concordo em gênero número e grau com a tese defendida pelos que querem uma maior liberdade na construção de edifícios na orla de Tambaú.
Sob o manto de uma falsa ecologia, se esconde uma trama para supervalorizar ao poucos terrenos existentes.

Vacina

Doutor Aníbal nega que situação tenha maioria na Assembleia e descarta saída da oposição. Sou vacinado, diz.
O problema é que para toda vacina existe um tipo novo de vírus.

Solitário

Acredito que o deputado Ruy Carneiro vai ficar muito solitário nessa sua luta para retirar salários extras dos parlamentares.
Não é costume do Congresso cortar na própria carne.

Despautério

Veneziano Vital atribui ao Governo, Ricardo no caso, o desmantelamento do PMDB.
Algo ‘incabível’: o PMDB nunca precisou de força externa para manter suas brigas funcionando.

Risco

Essa luta do Governo para conseguir ajuntar deputados pode, por outro lado, causar problemas políticos mais graves.
Os tucanos olham tudo com olhos de lince. Inclusive Cássio.

Pipoco

A destruição causada em Junco do Seridó por uma explosão de caixa mostra que dinamite existe, e muita.
Foi uma festa de arromba para a marginalia.

Frases…

Pai Nosso – Perdoai nossas dívidas bem mais que perdoamos nossos devedores.
Bruxaria – Bruxas existem. Olhe bem para a advogada de sua ex-mulher na audiência de divórcio.
Maus negócios – Condomínio para eremitas, show para surdos e vender crack no convento.