O pastor Gilmar Santos, o mesmo que foi citado como favorecido pelo Ministério da Educação (MEC) em áudio vazado do ministro Milton Ribeiro, deu entrada na Junta Comercial de Goiás, no último dia 8 de março, para criar a “Faculdade ITCT”.
De acordo com o contrato social da empresa, ao qual o jornal Globo teve acesso, Gilmar Santos investiu R$ 100 mil na criação do seu novo negócio.
Dois prefeitos ouvidos pelo jornal afirmaram, nesta quarta-feira (8), que o pastor Arilton Moura, braço direito de Gilmar Santos, cobrava o pagamento de propina em troca do uso de sua influência na pasta.
O pastor tinha acesso ao Palácio do Planalto e se reuniu quatro vezes com o presidente Jair Bolsonaro (PL), responsável por recomendar o religioso ao ministro da Educação.
Compra de Bíbliasm
A atuação do gabinete paralelo no MEC envolvia ainda compra de Bíblias para serem distribuídas nas cidades que recebiam a visita do ministro Milton Ribeiro e dinheiro para a igreja evangélica.
De acordo com os prefeitos, o pastor Arilton Moura era quem fazia a negociação em troca de verbas da educação.
Versões da Bíblia comentada por Gilmar Santos foram distribuídas em um evento com o ministro na cidade de Nova Odessa, no interior de São Paulo. Santos é também o dono da editora Cristo Para Todos, que produz os livros.
O prefeito de Bonfinópolis (GO), Professor Kelton (Cidadania), relatou ao Estadão que foi convidado para almoçar após uma reunião no MEC, no começo de 2021. No restaurante, Arilton disse que se o prefeito tivesse “interesse” em recurso para escola no município, ele poderia “organizar”. Segundo o prefeito, o pastor pediu R$ 15 mil para custear despesas em Brasília e sugeriu que ele comprasse mil Bíblias, no valor de R$ 50 cada, para distribuir no município.
Fonte: Revista Fórum
Créditos: Polêmica Paraíba