O exercício da reflexão precisa ser estimulado. O pensamento autônomo faz com que haja compreensão do mundo em que vivemos, e assim possamos atuar como agentes de transformação. Quando nos mostramos capazes de indagar a nós próprios e aos outros, vencemos os desafios das dinâmicas de convivência social, num instinto de sobrevivência diante das dificuldades enfrentadas.
A percepção de outras realidades e contextos ajuda no processo educacional que abre caminhos para a nossa ressignificação. Aristóteles já falava da manifestação do desejo de saber, como sendo uma forma de ampliar horizontes, ao formular questionamentos sobre o desconhecido. Quando dirigimos uma interrogação ao mundo, tornamo-nos construtores de nossa própria história.
Nossas vontades precisam estar relacionadas com o compromisso político, cultural e ideológico que nos insere no contexto social em que estejamos vivendo. Perguntar sempre, sobre o que não sabemos, é uma atitude filosófica que faz o pensamento interrogar a si mesmo, buscando compreender e avaliar as próprias ideias. Até porque nada é definitivo. O mundo vive em constante mutabilidade.
Ao questionar a própria existência, o homem está praticando o ato de filosofar. Segundo Sócrates o homem alcança mais facilmente a sabedoria e a prática do bem pelo autoconhecimento. A célebre frase do filósofo francês René Descartes, “Penso, logo existo”, revela bem essa necessidade de sermos possuidores de vivências transformadoras e abertos às mudanças, progressos e aperfeiçoamentos. Ao assumirmos postura reflexiva sobre as nossas práticas, à luz da ciência, da ética e das próprias experiências, conseguimos responder racionalmente aos conflitos e dilemas do cotidiano.
Quem reflete sobre o que faz, não se acomoda e minimiza as possibilidades de repetir erros. Como dizia Paulo Freire: “o ser humano é inacabado e deve se inserir num movimento permanente de busca”. Pensar é um ato político de liberdade. Abdicar do pensamento crítico é submeter-se ao imobilismo conformista e ao poder despótico, fora da lei e da ordem.
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba