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Postos de gasolina e transporte coletivo: por que tão reclamados?! - Por Mário Tourinho

A Petrobrás, lá no Rio de Janeiro, anunciou aumento no preço do diesel e da gasolina, respectivamente de 24,9% e 18,8%, e aqui teve gente pra reclamar primeiramente dos postos de combustíveis como se responsáveis fossem por esta elevação no custo de tão importantes produtos, que, claro, são impactantes na economia do país e obviamente para seus habitantes!

A Petrobrás, lá no Rio de Janeiro, anunciou aumento no preço do diesel e da gasolina, respectivamente de 24,9% e 18,8%, e aqui teve gente pra reclamar primeiramente dos postos de combustíveis como se responsáveis fossem por esta elevação no custo de tão importantes produtos, que, claro, são impactantes na economia do país e obviamente para seus habitantes!

Com o anúncio – só o anúncio – como esse recente por parte da Petrobrás, logo logo houve quem buscasse os Procons a fim de que tais órgãos “corressem” até aos postos para que mantivessem seus preços tais como estavam, só podendo repassar o aumento depois que adquirissem os combustíveis pelos novos valores. E aí, em um país que em tese “os preços são livres”, os empresários do setor têm que injetar mais recursos, como que novos empreendimentos estivessem fazendo, para poderem complementar o novo custo da mesma quantidade de combustíveis que estejam neste novo tempo adquirindo. Isto não ocorre?!…  Ocorre, sim! Observemos como e porque ocorre:

– Imagine-se na condição de “dono de posto de combustíveis” e que para o carregamento anterior de seus tanques tivesse adquirido 2 caminhões com esse produto, ou – melhor ilustrando –  10 mil litros de gasolina. Pagou pelos dois caminhões de gasolina exatamente R$ 59 mil, porquanto cada litro fora fixado em R$ 5,90. Para ter uma margem de lucro de 5%, vendeu cada litro (e o estoque foi logo vendido face as filas dos consumidores diante do anúncio, pela Petrobrás, do aumento de 18.8%)… vendeu cada litro a R$ 6,20. A arrecadação total, relativa aos 10 mil litros de gasolina, correspondeu, portanto, a R$ 62 mil. Para repor seu estoque (quer dizer, reencher seus tanques com novos 10 mil litros de gasolina) – e, claro, ao novo preço com 18,8% de aumento – cada litro agora a R$ 7,00 (em vez dos R$ 5,90 que comprou anteriormente) – vai ter de pagar nada menos do que R$ 70 mil, enquanto só arrecadara R$ 62 mil. Significa que tem ou teve de “arranjar” mais R$ 8 mil para adicionar àqueles R$ 62 mil que arrecadara. Todavia, a impressão que muita gente tem – e até o presidente da República dia desses falou contra os postos de combustíveis e mais recentemente iguais má referências foram feitas pelo vice-presidente – é a de que a lucratividade dos postos de combustíveis é alta e fácil!

Em relação ao setor de transporte coletivo, principalmente o de característica urbana, a errôneo impressão é igual. Não se avalia, por exemplo, a recente declaração do superintendente da Semob-JP, em entrevista à imprensa pessoense, quando disse que, mesmo com a frota ainda não sendo a total em função dos aspectos trazidos pela pandemia, nos tempos de hoje este segmento, aqui em João Pessoa, consome 800 mil litros de óleo diesel! Detalhando: –  se o litro do diesel custava R$ 5,00 e teve 25% de aumento, esse litro passou para R$ 6,25 (R$ 1,25 a mais). O gasto anterior com os 800 mil litros do diesel, por mês, era cerca de R$ 4,0 milhões; agora, com o novo preço, passa para R$ 5,0 milhões. Simplesmente R$ 1,0 milhão a mais!

Mas, como o espaço já está ocupado, mais comentários faremos em outra oportunidade.

Fonte: Mário Tourinho
Créditos: Polêmica Paraíba