Cerca de 2 mil pessoas se reuniram neste sábado do lado de fora da Prefeitura da cidade de Melitopol, no Sul da Ucrânia, para protestar contra a prisão do prefeito Ivan Fedorov por forças invasoras russas na sexta-feira, segundo a TV estatal ucraniana, que compartilhou um vídeo da manifestação. O grupo gritava palavras de ordem como “Libertem o prefeito” e “Fedorov”.
Um vídeo de câmeras de segurança registrou o momento em que Fedorov foi levado para longe de um prédio do governo na cidade por homens armados. Pouco tempo depois, o promotor regional do território separatista de Luhansk, apoiado pela Rússia, alegou que o governante havia cometido crimes de terrorismo e estava sob investigação.
Em vídeo publicado no Facebook na sexta-feira, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, caracterizou a prisão de Fedorov como um “crime contra a democracia”, afirmando que ele foi capturado por ter se “recusado a cooperar com o inimigo”.
— Hoje, em Melitopol, os invasores capturaram o prefeito da cidade, Ivan Fedorov, um prefeito que defende corajosamente a Ucrânia e o povo de sua comunidade. Obviamente, isso é um sinal da fraqueza dos invasores. Eles não encontraram nenhum apoio em nossa terra, embora contassem com isso. Porque há anos eles mentiam para si mesmos que as pessoas na Ucrânia supostamente esperavam a chegada da Rússia — disse Zelensky.
Neste sábado, Zelensky pediu ao presidente francês, Emmanuel Macron, e ao chefe de governo alemão, Olaf Scholz, ajuda para libertar Fedorov.
— Durante a noite e hoje, conversamos com nossos parceiros sobre a situação do nosso prefeito. Nossa demanda é clara: ele tem que ser solto imediatamente […] Já telefonei para o chanceler Olaf Scholz. Falei com o presidente Emmanuel Macron […], falarei com quem for preciso para libertar nosso povo — disse Zelensky em um vídeo divulgado pela Presidência ucraniana. — Esperamos que os líderes mundiais nos mostrem como podem influenciar a situação.
Antes da invasão russa, que começou em 24 de fevereiro, cerca de 150.000 pessoas viviam em Melitopol, que fica entre as cidades de Mariupol e Kherson.
Zelensky também disse neste sábado que os militares russos estavam registrando suas “maiores perdas em décadas”. A Rússia não fornece nenhum balanço de suas perdas desde 2 de março, quando admitiu que quase 500 de seus soldados foram mortos e 1.600 feridos.
Saída diplomática improvável
Após mais de uma semana de mudança de estratégia de sua campanha militar, a Rússia deu sinais de que voltará a intensificar a sua ofensiva na Ucrânia. Na sexta, aconteceram ataques em duas cidades médias do Oeste que ainda tinham sido poupadas, com lançamentos de mísseis contra Dnipro e movimentações das tropas concentradas nos arredores de Kiev, o que levou a Inteligência britânica a avaliar que um amplo ataque à capital pode começar em poucos dias.
Um dia após a fracassada reunião entre os chanceleres russo e ucraniano na Turquia, e de outros três encontros entre representantes dos dois países, na Bielorrússia, Putin reiterou que a ofensiva na Ucrânia prosseguirá até o país vizinho atender a todas as suas exigências, em mais um sinal de não está disposto a ceder.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: EXTRA GLOBO