Americana usa anúncio no jornal para achar filha

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Uma batalha judicial iniciada nos Estados Unidos, que envolve denúncias sobre maus tratos, abuso sexual infantil e intolerância religiosa, está repercutindo na Paraíba. Nesta semana, os classificados do JORNAL DA PARAÍBA divulgaram dois anúncios com uma notificação feita pela Justiça americana.

Escritos em Inglês e em Português, os comunicados informaram que o americano Russel Carlton tem até o próximo dia 15 para retornar aos Estados Unidos. Apesar de responder uma ação judicial, Russel saiu do país com uma filha de nove anos, sem autorização da família materna da criança.

Comentários postados por ele próprio na internet, indicam que o americano esteja vivendo em João Pessoa. Caso não se apresente à Justiça americana no prazo estipulado, ele será julgado à revelia e ainda terá a prisão decretada.

A determinação para que Russel retorne com a filha aos Estados Unidos foi feita pelo Distrito Judicial do Condado de Anne Arundel, um território pertencente ao Estado norte-americano de Maryland. O caso se tornou público na Paraíba após um escritório de advogados, sediado em São Paulo, ter sido contratado e solicitar o anúncios da notificação judicial.

Os comunicados afirmam que a avó da criança, Lenna Gordon, pediu que o Distrito Judicial do Condado de Anne Arundel decrete a prisão de Russel Carlton por causa do descumprimento a uma ordem judicial feita no dia 24 de abril do ano passado.

A informação de que Russel tenha se mudado para João Pessoa surgiu a partir de um comentário feito pelo próprio pai, no portal do Instituto Educacional Maria do Socorro, uma escola situada na cidade de Patos, a 306 quilômetros da capital paraibana.

Em inglês, Russel elogiou a qualidade do ensino do estabelecimento, afirmou que a filha havia se divertido e feito muitas amizades no colégio.

No entanto, a diretora do colégio, Maria Dutra, assegurou que a filha de Russel nunca foi estudante do colégio. Ela disse que o único contato que os dois americanos tiveram com a escola ocorreu entre o final de maio e início de junho do ano passado, durante uma semana cultural.

“Estávamos promovendo um evento sobre o centenário de Luiz Gonzaga”, lembra a diretora. Ela disse, ainda, que o americano pediu emprego na escola. “Ele disse que queria trabalhar como professor de inglês, mas teria que ser temporário, porque só poderia ficar no Brasil até outubro. Eu falei que não poderia contratá-lo, porque já tenho professores de inglês”, destacou a diretora.