Polêmicas

Ricardo Coutinho vê mudança de postura e vive clima de lua mel com classe política paraibana

Nonato Guedes

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Com a perspectiva de obter maioria no plenário da Assembléia Legislativa, que retoma os trabalhos a partir de segunda-feira, o governador Ricardo Coutinho, do PSB, não esconde que vive um clima de lua de mel com integrantes da classe política. Ele emitiu declarações reconhecendo que parlamentares estão mudando de postura e assinalou que o próprio governo também reavalia conceitos dentro da proposta de somar esforços para o desenvolvimento social e econômico da Paraíba. Coutinho chegou a comparar que não é “um poste”, para ficar parado no tempo.

A sua avaliação é de que a conjuntura está se tornando mais nítida. “Os deputados estão se conscientizando de que é hora de dar as mãos porque a era dos embates já passou, e precisamos fazer uma reflexão em torno de projetos vários que a Paraíba está colocando em prática”, frisou o gestor socialista, em contato com a imprensa no Parque de Exposição de Campina Grande, onde lançou um programa de palma resistente em companhia do prefeito Romero Rodrigues, do PSDB. Coutinho alegou razões estratégicas para não mencionar nomes de deputados que podem vir a integrar a base situacionista na Casa de Epitácio Pessoa, porém, insistiu na necessidade da mudança de postura.

Numa atitude humilde, o governador acentuou que deseja aprender cada vez mais e buscar fazer com que as instituições e pessoas se sintam melhores com a sua forma de administrar. Ele não comentou insinuações do senador Vital do Rego, do PMDB, de que o governo pratica um acinte à opinião pública quando eleva a verba de publicidade numa conjuntura dramática para o Estado ocasionada pela calamidade que produziu conseqüências em diferentes municípios. O líder governista Hervázio Bezerra prevê surpresas na composição de bancadas na Assembléia por ocasião do reinício dos trabalhos parlamentares, ponderando que tem havido um convencimento natural da parte de alguns deputados com vistas à necessidade de deixar o radicalismo de lado e apoiar iniciativas de interesse público.

O governo tem especial interesse na aprovação da autorização legislativa para a contratação de um empréstimo da Cagepa com o BNDES no valor de R$ 150 milhões, destinados ao saneamento financeiro da empresa de água e esgotos. Alguns detentores de mandato que integram o PEN, partido liderado por Ricardo Marcelo, presidente da Assembléia Legislativa, já admitem abertamente votar a favor da autorização legislativa, dentro do propósito de colaborar para evitar um impasse no funcionamento da Cagepa, que é considerada patrimônio da Paraíba. Ricardo Marcelo salientou que respeita o voto de consciência de cada parlamentar em relação a projetos de interesse público.

Na segunda-feira, o governo lançará a segunda etapa do Pacto pelo Desenvolvimento Social da Paraíba, em João Pessoa, congregando gestores de diferentes municípios, independente de filiação partidária. O próprio prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, do PT, que até o momento não teve audiência formal com o governador, recebeu convite do cerimonial do Palácio da Redenção e confirmou presença, alegando interesse em conhecer as propostas que a administração estadual tem para cidades paraibanas. O secretário de Desenvolvimento e Articulação Municipal do governo do Estado, Manoel Ludgério, advertiu que mais de 50 municípios que não prestaram contas dos recursos recebidos na primeira fase poderão ficar excluídos da nova etapa do Pacto de Desenvolvimento Social.

Enquanto não regularizarem a situação, os municípios não poderão celebrar novos convênios com órgãos públicos. Ludgério disse que as prestações de contas são analisadas por uma comissão própria formada por técnicos das secretarias de Saúde e de Educação. O prazo termina no dia 31 de março. Se até essa data os gestores inadimplentes não prestarem contas, os municípios ficam na iminência de serem excluídos da nova versão do Pacto. Já foi expedida uma circular a todas as prefeituras, fazendo o alerta para que o município não fique impedido de firmar parcerias essenciais para o desenvolvimento das comunidades.