O relacionamento da influenciadora Maíra Cardi com o ator Arthur Aguiar é marcado por um escândalo de traição que movimentou a web. O atual participante do BBB22 foi acusado de ter “pulado a cerca” ao menos 16 vezes. Em entrevista recente ao apresentador Rodrigo Faro, a influenciadora revelou que passou por uma reconstrução vaginal em maio de 2020, período que sucedeu a descoberta das infidelidades.
Ao programa, a life coach disse que se submeteu ao procedimento “para dar uma rejuvenescida” e com o intuito de se sentir melhor com o próprio desempenho sexual.
E o que é a reconstrução vaginal?
O procedimento cirúrgico pode envolver uma série de técnicas com o intuito de recuperar algumas características da região da vagina ou melhorar a autoestima da mulher, como explica Alexandre Kataoka, cirurgião plástico e diretor do Departamento de Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Entre as técnicas, estão:
- H3: tem o intuito de remover a camada de gordura que fica sobre o púbis, região com pelos abaixo do abdômen;
- Vulvoplastia: corrige o volume excedente dos pequenos e/ou grandes lábios;
- Ninfoplastia: procedimento que diminui os pequenos lábios vaginais, estruturas que protegem a entrada da vagina.
Essa última, também chamada de labioplastia é uma cirurgia feita “especialmente em casos de insatisfação estética, inclusive quando há dor insistente durante o ato sexual”, explica Kataoka.
Esses procedimentos costumam ser muito simples. Eles demoram cerca de uma hora para serem realizados e podem ser feitos com anestesia local, sedação ou com um bloqueio. Eles também podem ser feitos de forma ambulatorial ou em um hospital. Apenas algumas horas em observação é suficiente para a paciente se recuperar bem.
Quanto custa?
Para realizar o procedimento, Maíra Cardi pode ter desembolsado uma média de R$ 3 mil a R$ 17 mil. Os valores mudam de acordo com o médico e cirurgia realizada.
Líder de mercado
Apesar do tabu, o Brasil é o país que mais realiza esse tipo de cirurgia no mundo, segundo levantamento divulgado pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética em 2017. “De 2015 a 2016, o aumento das intervenções foi de 80%, passando de 12.870 para 23.155”, ressalta a membro da Sociedade Americana e Brasileira de cirurgia plástica Maria Claudia Giometti.
O número, representa 1,7% das cirurgias estéticas realizadas no país. No mesmo ano, o Brasil foi o país que mais realizou labioplastias no mundo: no total, foram 138 mil procedimentos. O número é bem mais expressivo que o país que ocupava segundo lugar, os Estados Unidos, que em 2016 realizou 13 mil cirurgias do mesmo tipo.
Autoestima x Saúde
Apesar de a saúde íntima e sexual serem grandes preceitos para a realização desse tipo de procedimento, a autoestima ainda é a maior queixa das mulheres que procuram por essas cirurgias. Maíra Cardi, por exemplo, teria sido motivada por essa questão.
“O padrão da ‘vulva perfeita’ está sendo cada vez mais disseminado”, critica Giometti.
“Existem relatos diários do quanto isso afeta não só a vida sexual mas a autoestima delas. Algumas relatam grandes traumas que nunca foram compartilhados”, ressalta.
O consumo de conteúdo pornográfico também tem grande impacto nesse mercado que explora a busca pela perfeição.
“Muitas atrizes pornôs fazem cirurgia íntima para deixar os pequenos lábios certinhos, daí as mulheres que os têm hipertrofiados, mais roxinhos e, às vezes, assimétricos, acham que têm algo de errado com elas. Mas não têm”, relembra Ana Canosa, sexóloga e apresentadora do podcast Sexoterapia.
O desconhecimento com o próprio corpo, de acordo com a apresentadora, tem relação direta com a busca por intervenções cirúrgicas. “As mulheres não têm o costume de olhar para a própria vagina, nem para a das amigas durante a infância e a adolescência, como acontece com os homens”, acredita.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Metrópoles