O PMDB tem na ponta da língua a solução para pacificar sua relação com o governo da presidenta Dilma Rousseff: cargos. Ao todo são cerca de 50 posições, incluindo a do ex-senador e ex-governador da Paraíba, José Maranhão, que é o nome da bancada do Senado para presidir a Embratur. A informação foi publicada pela imprensa nacional nesta terça-feira (31).
Além de Maranhão, outras nomeações ainda estão pendentes desde janeiro, quando começou a ser formado o segundo escalão. Nomes como os dos ex-senadores Valter Pereira (Mato Grosso do Sul) e Helio Costa (Minas Gerais ) também estão cotados pelo grupo de senadores para emplacarem em alguma função.
Os peemedebistas se aproveitam da crise em torno do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, para conseguir as nomeações.“A caixa d´agua está enchendo. Palocci precisa ceder”, diz um senador do PMDB que costuma ser recebido no Palácio do Planalto.
Na semana passada, porém, Palocci entrou em rota de colisão com o PMDB ao ter uma discussão áspera com o vice-presidente da República, Michel Temer. O chefe da Casa Civil ameaçou demitir os cinco ministros do PMDB por causa da derrota na votação do Código Florestal.
Como a conversa vazou, Temer foi obrigado a vir a público para amenizar a discussão e anunciar uma trégua. Isso porque Palocci teria agido a mando da presidenta da República. Na manhã desta segunda, Dilma e o vice fizeram questão de serem fotografados amistosamente.
À noite, Temer recebeu a bancada do Senado em jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-Presidência da República. O jantar foi o palco para a apresentação das demandas peemedebistas e o assunto que está sendo posto na mesa de negociação eram as nomeações pendentes em empresas estatais e bancos públicos.
“A bancada da Câmara já teve o que queria. O Geddel (Vieira Lima, ex-deputado baiano), virou vice-presidente na Caixa e o Mendes Ribeiro (deputado federal gaúcho) ganhou a liderança do governo no Congresso. É a nossa vez agora”, afirmou um senador peemedebista.
No Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), as duas bancadas peemedebistas (Senado e Câmara) se unem para emplacar João Carlos Tupinambá numa diretoria do banco na área infra estrutura.
Os ministros do PMDB também se queixam da falta de audiência com Palocci. Desde a divulgação da notícia de que ele multiplicou o patrimônio por 20 em quatro anos, o chefe da Casa Civil tem recusado encontros com colegas peemedebistas na Esplanada.
Além de Palocci, há descontentamento generalizado com o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio. Segundo integrantes da bancada do Senado, o trânsito dele com os senadores peemedebistas é praticamente nulo.
A presidenta Dilma tenta retomar a articulação política com o PMDB na quarta-feira, quando receberá a bancada em almoço. O momento também será a oportunidade de o grupo reivindicar os cargos que ainda deseja.
Do Blog com IG