Uma funcionária pública que trabalha no Instituto da Mulher – Casa Rosa, em Guarujá, no litoral de São Paulo, denunciou sua superiora hierárquica por lesão corporal. A mulher que preferiu não ter a identidade revelada, afirma ter ficado com hematomas após ser agredida, e que chegou a desmaiar. A chefe em questão nega as agressões.
Em depoimento à Polícia Civil, a denunciante relatou que, durante o expediente, no último dia 11, havia dito à sua chefe que estava passando mal, e que queria ir embora do trabalho. A chefe “apontou o dedo na sua cara e a mandou calar a boca”, diz o texto do boletim de ocorrência registrado na Delegacia Sede de Guarujá. A acusadora ainda conta que a chefe a agarrou com força pelo braço para impedi-la de sair, e que ficou com hematomas na região.
Após essa situação, ela ficou “atordoada e confusa, por conta do assédio e de ter desmaiado”. Ainda no depoimento, a mulher afirma que necessitou ir a um hospital, onde passou por três eletrocardiogramas. Uma testemunha afirmou que a denunciante foi empurrada, caiu no chão, bateu em uma cadeira e caiu em cima de uma gestante que estava na unidade.
Um receituário médico do hospital onde ela foi atendida afirma que ela não possui “condições de voltar às atividades laborais, devido ao forte estresse que passou”. O documento obtido pelo g1 diz, ainda, que ela chegou à consulta em “crise de pânico”. A denunciante também esteve no Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exame de corpo de delito.
O local onde a denunciante trabalha, o Instituto da Mulher – Casa Rosa, é um equipamento voltado à saúde da mulher. Inaugurado em 2018, a unidade possui atendimento em diversas especialidades médicas para pacientes encaminhadas das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Guarujá.
Em nota, a Prefeitura de Guarujá disse ter tomado conhecimento do assunto de forma oficial nesta segunda-feira (21), e prometeu abrir um processo administrativo para investigação interna pela Secretaria Municipal de Saúde, “para apurar os fatos, ouvir as partes envolvidas e testemunhas sobre o caso”.
A partir do que for apurado, a prefeitura diz que poderão ser definidas medidas legais cabíveis no âmbito administrativo.
A chefe da denunciante, que também preferiu não ter a identidade revelada, e registrou um boletim de ocorrência contra a funcionária. Em depoimento, ela afirmou que a funcionária havia se atrasado para abrir a unidade no horário, o que teria causado atraso nos atendimentos. Ao questioná-la, ela “não gostou de ser chamada a atenção”, e ameaçou ir embora.
Ainda no boletim, registrado no 2º Distrito Policial de Guarujá, a chefe afirma que a funcionária começou a chorar, e que tentou abraçá-la, mas que ela “deslizou, parecendo um desmaio, sentou e deitou no chão”. A chefe continua dizendo que a mulher deixou a unidade, e que foi buscada pelo marido, que entrou no instituto e procurou pela superiora da esposa. Ele teria pedido para ela ir à parte externa do local de trabalho, mas a chefe recusou.
“Venho tardiamente abrir este boletim de ocorrência, para preservação de direito, pois estou sabendo, por diversas pessoas, que a funcionária citada está enviando mensagens denegrindo a minha imagem e caluniando a meu respeito. Penso que o ocorrido poderia ser resolvido pontualmente na unidade”, finaliza o texto.
Fonte: G1
Créditos: Polêmica Paraíba