Profundamente lamentável como têm se comportado algumas figuras que foram alçadas a cargos de direção em instituições brasileiras, no que concerne à concepção de política cultural. Mais incompreensível ainda, quando a atitude anticultura parte de alguém que dirige uma universidade pública. Ao negar parceria com a sociedade civil organizada, a universidade deixa de cumprir sua missão institucional de promover o ensino, a pesquisa e a extensão, missões indissociáveis que são efetivadas compartilhando conhecimento com a sociedade.
Um centro de cultura e saber não pode, jamais, se afastar das entidades que contribuem para a elevação do bem-estar intelectual e social de um povo. Uma universidade que se recusa a facilitar o diálogo entre a ciência e a sociedade, faz desaparecer os seus méritos acadêmicos. As universidades são peças fundamentais da história, exercendo um papel importante na formação de futuros cidadãos, sendo, portanto, um pilar estrutural da sociedade moderna. Têm a obrigação de suprir as necessidades da organização social.
O atual reitor da Universidade Federal da Paraíba foi procurado pelos presidentes da Academia Paraibana de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, Severino Ramalho Leite e Jean Patrício respectivamente, para apresentação da proposta de renovação de parceria com essas que são as mais antigas entidades culturais de nosso estado. Inexplicavelmente o reitor desconsiderou suas presenças e não os recebeu. Trata-se de um desrespeito, não só aos dirigentes das instituições ali representadas, mas uma afirmação de desprezo às atividades culturais da Paraíba, contrariando o que pronunciou José Américo de Almeida na oportunidade em que instalava a UFPB, “eu vos dar asas para voar”. A Paraíba não merecia isso. A que ponto nós chegamos!
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba