As mágoas de Aranha

Marcos Tavares

Como não sou frequentador da rede social, não tinha visto ainda o artigo de Carlos Aranha em que ele lamenta sua ausência na edição comemorativa do velho jornal A União. Foi sem dúvida uma falha imperdoável entre outras, como a ausência de Biu Ramos de uma homenagem a Antônio Barreto, pra mim a mais completa tradução do jornal. Não sei se houve pressa, desconhecimento ou pressões para que alguns nomes fossem suprimidos da longa história da vetusta União de tantas glórias e de tantas baixas.

Sabe-se que A União tem o humor do governo. Eu mesmo já comi o diabo na velha escola, com artigos cortados e mutilados diariamente por um tresloucado presidente que aportou por lá. Tudo por conta do inquilino do Palácio da Redenção à época, que não simpatizava com minha escrita nem com meu perfil. Por isso é temerário escrever a história de A União, pois nem mesmo em 30, quando ela foi partícipe dos acontecimentos, pôde ser imparcial e jornalística.

Entendo a indignação do imortal Aranha, bem como – em menor escala – a minha. Não estamos esverdeados pela inveja, apenas como amamos a União nos sentimos barrados numa festa que também era nossa e isso magoa, ofende, deprime. As causas são menos importantes do que o fato. Nenhuma história pode tirar Aranha das mofadas salas do jornal que respira tempo, mais de um século de vida, o que garante sua longevidade e a longevidade de sua memória.

Ajuntando

Deu certo para Dilma e pode dar certo para Ricardo Coutinho. Ele pretende reunir os prefeitos, até os contrários, para juntos discutirem, providências e maneiras de tocar o Estado.

Para quem tem fama de governar sozinho, esse encontro de Ricardo com os prefeitos inaugura uma nova era que pode ser politicamente bem salutar para o governador, que vai se ver cara a cara com quem lidera no interior.

Ricardo, que tem pautado sua administração pelo trabalho nas zonas interioranas, tem muito a dizer e a dar aos prefeitos, todos eles sedentos de verbas e obras para suas comunidades.

Acionado

Aumenta a angústia para o ex-prefeito Veneziano Vital. A Procuradoria de Justiça do município entrou com nada menos que trinta ações de improbidade contra ele na Justiça.

No meio de tanta denúncia, uma delas fatalmente há de ser acolhida e isso pode levar Vené ao rol dos fichas sujas e melar de vez sua candidatura a governador.

Não é bom ele confiar demais no veneno, pois às vezes esse mesmo veneno mata.

Pro Ar

Abençoado país, abençoada cidade que pode se dar ao luxo de parar numa quarta-feira e só retornar ao trabalho na outra quarta.

Decididamente somos o país do Carnaval.

Segurança

Não consigo entender por que a mesma polícia que não pode dar segurança ao bloco ‘Largadinhos’ de

Cabedelo, pode garantir a segurança dos ‘Muriçocas”, muito maior e mais volumoso.

Não consigo mesmo.

Insegurança

A coisa anda feia na área de segurança. O secretário da Interiorização, Fábio Maia, foi assaltado em Campina.

Daqui a pouco estão roubando quartel de polícia.

Fora

Wilson Santiago está com um pé fora do PMDB. Não existe mais clima para ele conviver com a família Maranhão.

Wilson é mais uma baixa do partido.

Folia

O Tribunal de Contas do Estado avisa: não vai deixar passar em branco despesas exageradas no Carnaval.

É criminoso gastar dinheiro em folias num Estado que padece uma severa seca.

Sóbrio

O ministro Aguinaldo Ribeiro inicia campanha da carona no Carnaval. Quem beber pegue o carro de um amigo.

O difícil, ministro, é convencer esse amigo a não beber.

Frases…

Zoneando – Zona rural não é cabaré no mato.

Borboleteando – Algumas lagartas nunca viram borboletas.

Morto – Não penso mais. Logo não existo.