Róger, outra vez

Marcos Tavares

Um apenado morto e um detento dando entrevista à televisão pelo celular no presídio do Róger. Isso dias depois do sistema carcerário ter exibido com injustificado orgulho o arsenal que foi apreendido nas dependências da cadeia e as centenas de celulares e carregadores mostrados como prova de eficiência. Se mataram outro preso depois dessa parafernália, é porque restaram armas. Se um apenado usou celular, é porque existem celulares. Isso mostra que quem manda no Róger são os presos e suas facções e não o secretário da área por mais que ele exiba competência nas entrevistas.
O Róger é inviável. Não precisa ser técnico em segurança para se chegar a essa conclusão. Construído há décadas é mal aparelhado, mal planejado e destina-se a um número muito menor de detentos do que o que abriga hoje. Foi feito numa área distante, que hoje é centro do bairro cercado de residências e escolas, o que aumenta sua periculosidade. É vítima de vícios antigos do sistema que vão da brutalidade à prevaricação funcional e continuará sempre sendo uma bomba chiando, prestes a explodir.
Por que esperam essa explosão eu não sei. Ela já aconteceu uma vez e rendeu à Paraíba desagradáveis manchetes nacionais. Deve explodir qualquer dia desses num banho de sangue e de violência que vai assustar as autoridades. Avisos foram dados aos milhares, por juízes, promotores, pelo CNJ e até pelos apenados, mas o governo prefere tratar a ferida com paliativos em vez de enfrentar de frente o problema. Mas o Róger explodirá. É só uma questão de tempo para que o velho presídio mostre inteiro o seu lado feio.
Poder
Nada mais distante do antigo PMDB autêntico do que esse PMDB de hoje que exibe como abre-alas Renan e Eduardo, os dois homens mais poderosos do Legislativo brasileiro.
Na minha modesta e não solicitada opinião, a presidente Dilma Rousseff cometeu um grave erro político ao entregar a direção das duas casas legislativas aos peemedebistas.
Sedentos pelo poder e por empregos, eles agora têm a faca e o queijo para negociar com o Executivo sempre que um projeto de importância for para votação. Ela vai sofrer as penas do inferno.

Desilusão
Vejam como está nossa política. Desiludido, o palhaço Tiririca confessou que vai deixar a vida política e voltar ao circo.
Entre o picadeiro do Congresso e o coberto de lona, Tiririca prefere o segundo, onde as palhaçadas são mais autênticas e não ofendem ao povo.
Tiririca – que não é nenhuma enciclopédia – concluiu que é impossível fazer alguma coisa de dentro do circo político.


Glorioso
Justiça condena Igreja Universal a devolver setenta e cinco mil reais a um fiel que se disse enganado pelas promessas dos pastores.
Oh, glória!
Barrado no baile
Fui gerente comercial de ‘A União’ e seu diretor técnico. Mas não fui solicitado nem para um mísero depoimento na edição comemorativa do jornal oficial.
Parafraseando o filme, alguém lá em cima não gosta de mim.

Bloco
E como o período é carnavalesco, um novo bloco surge na política paraibana. PT, PP e PSC se unem numa frente oposicionista. Em comum eles só têm a raiva do governo.

Corte
A presidente do TJ, desembargadora Fátima Bezerra, diz a que veio.
Já cortou o festival de diárias, o que pode ser ruim para o turismo, mas é bom para as finanças da Justiça.

Girando
Comenta-se que o governador Ricardo Coutinho quer testar sua capacidade de manobra junto ao público.
Para isso estaria mobilizando os girassóis para “invadirem” o ‘Muriçocas do Miramar’ mostrando apoio ao governo.

Fandango
Um conjunto com o nome de ‘Gurizada Fandangueira’ tinha que terminar em tragédia. Não deu outra…

Frases…

Coincidência – Sempre que a gente liga o número errado nunca dá ocupado.
Perdoando – Perdoe, mas nunca esqueça.
Problemático – Se você olhar os problemas de sua vida vai ver que você mesmo é o maior deles.