Cacá Barbosa

Em 2012, no período eleitoral bradei aos quatro cantos do Twitter que deixaria de seguir perfis políticos, sobretudo os mais “apaixonados”, pois acho uma falta de respeito ver gente supostamente civilizada batendo boca – no caso tecla – transformando uma rede social tão importante como o Twitter em um verdadeiro card de UFC.

Passado o período eleitoral, voltei a seguir os perfis, um a um. E o que vejo? Ainda vejo gente se agredindo por causa de gestão A ou B ou por causa de corrente política X ou Y. Quem me acompanha no Twitter sabe que eu não entro numa bola dividida dessa nem que me paguem. Não me atrevo a jogar no lixo os mais de 5.600 amigos que conquistei no microblog por causa disso.

O amigo leitor pode estar pensando: oras, e por que danado Cacá não dá unfollow nessa galera? Pra mim seria a solução mais simples e fácil, mas não seria a mais correta. Acho legítima a defesa das próprias convicções, sejam elas de cunho político, futebolístico ou mesmo religioso. Mas também acho legítimo que nessa defesa haja respeito, afinal, da mesma forma que do lado de cá da tela do computador tem um ser humano decente, do lado de lá também tem.

São coisas de um estado onde se respira política 24 horas por dia. Mas nada justifica o UFC Social Media que dá título a este artigo. E se esse UFC já é feio com gente devidamente identificada, com nome e endereço, avalie quando nesse octógono entram os fakes. É quase uma carnificina verbal!

Tenho plena consciência de que estou gastando dedos e teclado com algo que jamais mudará, mas prefiro agir como o passarinho, na fábula do incêndio na floresta. Ele sozinho tentando apagar aquele fogaréu todo com a mínima quantidade de água em seu bico e ao ser questionado pelo macaco de que não adiantaria tal esforço ele respondeu: “não sei se conseguirei apagar o incêndio, mas tenho certeza de que estou fazendo a minha parte”.