Em audiência semanal no Vaticano realizada nesta quarta-feira, 26, o papa Francisco pediu para que pais não condenem seus filhos com base em orientação sexual, em um novo passo da tentativa de equilíbrio do pontífice entre os ensinamentos católicos a respeito da homossexualidade e apoio a pessoas LGBTQIA+.
“Nunca condenem seus filhos”, disse Francisco sobre a dificuldade que pais podem enfrentar na criação dos filhos, acrescentando que devem acompanhá-los e “e não se esconderem atrás de uma atitude de condenação”.
Em 2019, durante entrevista à emissora mexicana Televisa, o pontífice já havia afirmado que “pessoas homossexuais têm o direito de ter uma família. Eles são filhos de Deus”. Segundo Francisco, pais de crianças gays “não podem” expulsar seus filhos da família”.
Em 2014, o papa foi notícia ao dizer em uma entrevista ao jornal Corriere della Sera que “a Igreja ensina que o casamento é entre um homem e uma mulher, ao mesmo tempo que reconhece que os governos querem adotar uniões civis para casais homossexuais e outros para permitir outros benefícios”.
Apesar do apoio reiterado do pontífice para uniões de pessoas do mesmo sexo (apenas na esfera civil, não dentro da Igreja), o Vaticano decretou em março do ano passado que a Igreja Católica não pode abençoar as uniões de casais do mesmo sexo, pois Deus “não pode abençoar o pecado”.
O texto enfatiza a “distinção fundamental e decisiva” entre a aceitação de fiéis homossexuais pela Igreja, que é sustentada, e a de uniões gays, que não podem receber qualquer reconhecimento sacramental.
A religião católica sustenta que o casamento, união vitalícia entre o homem e a mulher, é parte do plano de Deus e tem como objetivo a criação de uma nova vida. Segundo o documento, pessoas gays devem ser tratadas com dignidade e respeito, mas o sexo gay é “intrinsecamente desordenado”. Para o Vaticano, como casais do mesmo sexo não poderiam gerar uma nova vida, não devem ser abençoados pela Igreja.
Fonte: Veja
Créditos: Polêmica Paraíba