OPINIÃO

Contra o Bolsopetismo só o tripé constitucional: fim da reeleição, voto distrital e candidaturas independentes - por Delegado Azevedo

O Bolsopetismo é uma expressão de difícil compreensão na medida em que Lula e Bolsonaro são aparentemente tão diferentes. Um é a favor das armas, o outro, do desarmamento. Um defende a morte do bandido, o outro, o aborto. Um diz que apenas o homem e a mulher formam uma família, o outro, inclui o LGBTQIA+. Como poderiam ser tão diferentes? E ainda assim alguns insistem no Bolsopetismo.

Pois bem, existe sim um ponto em comum entre esses dois extremos, que não demanda uma vista dos bastidores para entender que os dois espectros se apoiam no carreirismo político partidário eleitoral.

Independente da cor da bandeira ou do livro de cabeceira, eles almejam o poder de forma pessoal e através de partidos profissionais em estratégia eleitoral. O nome do PT é Lula. O de Bolsonaro é sua família, pois não há alternativa para bolsonaristas, senão Bolsonaro, que está no PL de Valdemar Costa Neto.

E como podemos identificar a alternativa, o fim do carreirismo político e a verdadeira ruptura com o Bolsopetismo, resultado de nossos 33 anos de Constituição? Interessante que o número trinta e três corresponde a idade de Cristo, mas são apenas 3 pontos para a gente superar esse buraco. Trata-se de um tripé político constitucional: 1 – vedação de reeleição e outros impedimentos para detentores de mandato eletivo. 2 – voto distrital puro para eleições legislativas. 3 – candidaturas independentes. Esses itens enfraquecem não só o carreirismo, mas a partidocracia, dando oxigênio ao estado democrático de direito.

Titulares de mandato eletivo não só ficariam impedidos de concorrer a reeleição, mas prefeitos e governadores ficariam obrigados a terminar o mandato sem sequer poder se desincompatibilizar para concorrer a cargos como senador, presidente da República ou qualquer outro. O mesmo valendo para parlamentares que se licenciam das casas legislativas para ocupar secretarias e ministérios só para abrir espaços para correligionários.

O voto distrital puro implica relação direta entre o parlamentar e o eleitor: o eleitor elege o vereador do seu bairro e o deputado de sua região, sem as amarras do voto proporcional. Finalmente temos as candidaturas independentes, que significariam o fim do monopólio dos partidos, ou partidocracia, que nessas eleições de 2022 vão consumir cerca de 6 bilhões de reais dos cofres públicos.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba