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Povo sem “semancol”. O Bolsonarismo é uma falha de origem - Por Marcos Thomaz

Essa foi uma mensagem que recebi após publicar texto sobre Bolsonaro e o filme “Não olhe pra cima”.

Essa foi uma mensagem que recebi após publicar texto sobre Bolsonaro e o filme “Não olhe pra cima”.

Obviamente, o emissário leu o enunciado “Bolsonaro na calçada da fama de Hollywood” e não entendeu o sarcasmo, menos ainda exigiria dele interesse por uma leitura/interpretação mais ampla…

Um sábio, que não era chinês, dizia que, “a gente só dá o que tem”.

Eu, no baixo da minha sabedoria de boteco, vou além…

Não se compra discernimento na padaria.

Tento usar esta cantilena para explicar aos meus indignados amigos que não adianta exigir senso de vergonha a um bolsonarista convicto!

Eles simplesmente não possuem este dispositivo.

Não dispõem daquele sinal de alerta que dispara quando o presidente fala, age, ou se manifesta sobre qualquer coisa.

Não possuem a ferramenta que emite o alarme sobre o circo de horrores que é este governo, os que o integram, ou rodeiam, feito urubu na carniça.

Sim, a metáfora suja, fétida é proposital e, perfeitamente, adequada.

Perdão aos ofendidos, mas não dá pára tratar de outra forma quem apóia esse festival de barbaridades, que representa todo o pensamento destrutivo, genocida, cruel, celerado desse senhor e seu projeto, que desgovernam o país.

Pior é que existe mais fundo no buraco negro do que esse pensamento original da “ideologia do caos do bolsonarismo”.

Mais do que as teses estapafúrdias, ilógicas, incoerentes, rasas e rasteiras, os adeptos se desdobram em malabarismos diuturnamente para manterem-se fiéis ao tal Messias dos ignorantes.

Desde que assumiu Bolsonaro se especializou em desdizer o dito antes, em voltar quando ainda nem havia ido, em negar o falado ontem.

Nada de novo aos astutos. Essa faceta oportunista, sem convicção nunca foi ofuscada dos capazes de ver o óbvio em um perfil torpe como o desse senhor que ocupa o Palácio do Planalto.

Só que agora as acrobacias dos bolsonaristas para justificar o injustificável terão que ser mais arrojadas ainda.

Nem estou falando da filiação ao Centrão, tampouco da, decretada pelo próprio, extinção da famigerada lava-jato, que vocês tanto exaltavam.

Afinal, apoiam um governo comandado pelo cidadão que diz não precisar de investigação, porque não há corrupção nas suas hostes.

Se em tempo de “céu de brigadeiro”, o dito cujo já forçava exercícios elásticos de verborragia barata do seu séquito, imagina em ano de eleição?

Desesperado para vencer o pleito, com a corda no pescoço sob ameaça de processos mil por crimes que cometeu ao longo desse primeiro aberrante mandato, o que o núcleo bolsonarista não será capaz de fazer para tentar atrair votos??

O movimento já começou.

A sempre execrada Bolsa Família teve nome trocado para sugerir nova paternidade e ganhou um incremento gordo de valor.

Até de reajuste a servidores o presidente tem falado: “nem que seja 1%”. Logo ele, que foi a justiça brigar contra reajuste de governadores ao funcionalismo nos estados.

A última “meia volta” bolsonarista foi em relação aos combustíveis.

O mesmo presidente que, deslavadamente, mentia sobre razão para a alta vertiginosa do preço dos combustíveis, já pressionou a Petrobrás a rever a política de valoração, que o próprio se elegeu e passou todo o mandato sustentando?!?!

Avidez por qualquer narrativa que melhore a sua desgastada imagem de inapto ao cargo será o tom usado por Bolsonaro até a eleição, que, fatalmente, nos desviará desta tragédia histórica.

Rufem os tambores e digam amém.

Custe o que custar, doa a quem doer ele tentará de tudo, em todos os movimentos.

E você aí, seja por incapacidade, ou alinhamento por afinidade, continuará se contorcendo em malabarismo verbal para sustentar essa posição?

Então, prepara o socorro, porque as manobras terão que ser cada vez mais radicais e seu repertório, bolsonarista, infelizmente, é muito curto para estes obstáculos.

Fonte: Marcos Thomaz
Créditos: Polêmica Paraíba