O final de semana que antecede o Natal, quando as famílias vão às compras, foi marcado por shoppings e regiões comerciais movimentadas, mas poucas sacolas na mão.
A circulação irrestrita nas lojas, garantida pelo avanço da vacinação contra o coronavírus, elevou as vendas na comparação com o ano passado. A inflação em alta, no entanto, limitou o poder de compra. Consumidores que foram às ruas de São Paulo neste sábado (18) priorizaram os brinquedos para crianças.
Na região da rua 25 de Março, na região central da capital paulista, a loja Armarinhos Fernando, que ocupa um quarteirão, já registra vendas melhores neste mês em comparação ao mesmo período de 2020, primeiro ano da pandemia.
Puxado especialmente pela venda de brinquedos e de artigos natalinos, o faturamento no mês deve subir 15% na relação com o mesmo período do ano passado, segundo o gerente-geral, Ondamar Ferreira.
Além de bolas, cresceu a venda de bonecas mecanizadas e de kits de patins e skate. Como muitas bonecas são importadas, o preço subiu. O valor médio por compra, segundo Ferreira, está 13% maior neste ano. A empresa espera crescimento de 4% na comparação com 2019, ano anterior à crise sanitária.
“Está difícil encontrar uma boneca por menos de R$ 50. Os preços aumentaram e é preciso pesquisar para poder caber no orçamento”, disse a empresária Rosângela Gomes, que procurava um presente.
“Neste ano, é uma lembrança para os sobrinhos, presente para os filhos, e só”, afirmou outra consumidora, Sheila Marcelina, acompanhada de crianças.
A auxiliar de limpeza Daniele Maria, 30, também vai presentear apenas as crianças neste Natal. A escolha foi por roupas para as filhas Laura, 10, Yasmin, 6, e Alice, 3, compradas em um shopping na região do Tatuapé no domingo (19).
“Comprei só para elas porque para mim não dá. O dinheiro está pouco. Agora vamos pesquisar e ver se os sapatos estão em conta”, afirma Daniele.
De acordo com a Abrasce (associação dos shoppings), itens de vestuário foram apontados como o destaque de vendas no fim do ano em 75% dos shoppings do país, seguidos por perfumaria e cosméticos (66%).
Na loja Festas e Fantasias, na região central, o proprietário Pierre Sfeir comemorava o ritmo de vendas do período pré-natalino. O estabelecimento de fantasias e artigos de festa existe há 46 anos e quase faliu na fase mais dura da pandemia, quando Carnaval, grandes festas de aniversário e casamentos foram suspensos.
Neste mês, o movimento voltou ao patamar anterior à pandemia, segundo o dono. “Nossa meta sempre foi vender cerca de 5.000 fantasias de Papai Noel. Já vendemos 4.000 peças até agora”, disse.
As roupas são fabricadas no Brasil, o que possibilitou preços mais acessíveis ao consumidor final.
“O que não dá mais é para trazer produto de fora. Um contêiner custava R$ 10 mil há alguns anos. Agora vai a R$ 80 mil. Isso encareceu os importados em até 40%”, destacou.
Fonte: Folha de São Paulo
Créditos: Polêmica Paraíba