Fernando Haddad, ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, comentou em entrevista à jornalista Malu Gaspar nesta sexta-feira, (17), sobre a expectativa para as eleições do ano que vem e criticou pré-candidatos à Presidência.
O petista mandou uma indireta para Ciro Gomes, que disputará o pleito de 2022 pelo PDT e foi alvo nesta semana de uma operação da Polícia Federal. “Até quem não achava outro dia que a democracia estava em risco passou a sentir na pele que a democracia está. Quando é no teu lombo, você sente. Quando é no lombo de terceiros, você acha: Ah, quem sabe não mereceu?”, disse ele.
Haddad disse que não tem conversa com o ex-juiz Sergio Moro, provável candidato do Podemos e responsável pela prisão arbitrária do ex-presidente Lula. Ele chamou o ex-ministro de Bolsonaro de “moleque”. “Se houvesse alguma dúvida das intenções desse menino, hoje não tem mais. Ele se comportou como um grande moleque. Eu espero que ele responda pelo que ele fez”.
Sobre a possível chapa composta por Lula e o ex-governador de SP, Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB após 33 anos, Fernando Haddad alfinetou o PSB. O partido tem feito exigências para receber o agora ex-tucano. “Ficar fazendo conta de estados, quando você tem um objetivo maior que é nacional, que é salvar a democracia, você está misturando estações. Eu jamais faria uma coisa dessas”, afirmou.
No entanto, ele defende uma federação entre os partidos de oposição, incluindo o PSB, contra as ameaças do governo Bolsonaro à democracia. Segundo o petista, “as pessoas de esquerda, de centro-esquerda, superestimam um pouco a nossa força. Nós temos muito o que avançar. Para a gente ter significância no Congresso, ter metade da Câmara, a gente precisava ter 257 parlamentares. Nós não temos metade disso”
Ao DCM, Haddad defendeu alianças já para o primeiro turno
O ex-prefeito deu uma entrevista ao DCM TV em novembro. Ele disse que é preciso pavimentar o caminho do primeiro e do segundo turno das eleições. “Achei bom Lula visitar o senador Tasso Jereissati, ir a Brasília se encontrar com lideranças”.
“Em 2018 eu corri o Brasil sozinho contra Bolsonaro. Todos os possíveis aliados sumiram”, afirmou. Haddad contou que foi o ex-governador de São Paulo Márcio França quem lançou a ideia da chapa Lula-Alckmin. “O França fez chegar ao João Paulo Rodrigues, do MST, a ideia de uma chapa pela união do Brasil”, disse. Mas, ponderou, quem escolhe o vice é o titular da chapa.
Para ele, os que são contra uma frente ampla nas próximas eleições estão enganados. “A coisa mais fácil é perder uma eleição pela esquerda”, disse. Segundo ele, a hora para unir forças pelo Brasil é agora. Haddad afirmou também que não descarta a reeleição de Bolsonaro, mas que isso iria representar que mais da metade do eleitorado estaria “avalizando a destruição do Brasil”.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Portal IG