A pandemia foi uma mola propulsora para o crescimento da informalidade no setor de entregas. Os motoboys do serviço delivery se multiplicaram por encontrar no serviço uma alternativa de renda, apesar de não formal. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Brasília e da Universidade Federal da Paraíba em Brasília e no Recife, durante 18 meses, traçou o perfil e a remuneração desses trabalhadores.
Chegou-se a conclusão de que mais de 90% dos entregadores são homens, e a maioria tem 30 anos de idade ou menos. O estudo indica ainda que quase 70% dos entregadores de aplicativos são pretos ou pardos e ganham, em média, R$ 1.170 por mês.
A pesquisa sobre as condições de trabalho no setor foi encomendada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT),e será divulgada nesta sexta-feira (17).
O valor líquido recebido por hora trabalhada para os aplicativos de entrega gira em torno de R$ 5, de acordo com o levantamento, mas os pesquisadores encontraram casos de entregadores que recebem R$ 0,59 pelo mesmo tempo, trabalhando sete dias por semana.
“A pesquisa revela as estratégias das empresas para aumentar seus lucros às custas da precarização das condições de trabalho dos entregadores”, diz Ricardo Festi, professor da UnB, que trabalhou na pesquisa. “Os rendimentos são baixíssimos e as jornadas estão acima de 12 horas diárias.”
Segundo Sérgio Nobre, presidente da CUT, os dados devem ser usados para formular propostas de representação da categoria, que cresceu com o avanço do desemprego e da informalidade na pandemia.
Fonte: T5
Créditos: Polêmica Paraíba